É certo que mais desdobramentos surgirão à frente. Mas quem pintou um quadro negro sobre o desempenho imediato das exportações brasileiras de carne de frango em consequência do caso único de Newcastle no Rio Grande do Sul deve estar frustrado. Pois, mesmo faltando três dias de embarques para o encerramento do mês, já é permitido afirmar que o volume total será superior ao de julho de 2023. Pode, até, ultrapassar o de junho passado.
Curiosamente, os embarques da última semana, a quarta do mês (quando começaram as declarações de embargo às exportações), foram maiores que os da semana anterior. Ou, mais exatamente, subiram de 78.151 toneladas na 3ª semana para 96.178 mil toneladas – 23% de aumento.
Com tal desempenho, a média diária alcançada nos primeiros 20 dias úteis de julho corrente, de pouco mais de 19.891 toneladas, resulta em um acumulado próximo de 397.830 toneladas, apenas 6,3 mil toneladas a menos que o registrado nos 21 dias úteis de julho do ano passado (404.124 toneladas). Ou seja: ainda que a média diária destes três últimos dias úteis de julho corresponda a apenas um terço do que foi registrado nas quatro primeiras semanas do mês, o total mensal girará em torno das 415-420 mil toneladas, volume que supera as 404,1 mil toneladas de julho de 2023 e, praticamente, repete as (quase) 419 mil toneladas de junho último.
Acompanhando o bom desempenho no volume, o preço médio do produto prossegue em recuperação. Nos passados 20 dias úteis atingiu média de US$1.897,55/tonelada, valor que, embora ainda 2,43% inferior ao do mesmo mês de 2023, registra valorização de mais de 6% sobre junho passado e corresponde ao melhor preço dos últimos 12 meses.
A registrar, por fim, que o volume acumulado no ano – pouco mais de 2,820 milhões de toneladas só de produto in natura – se encontra agora apenas 1,32% abaixo dos 2,858 milhões de toneladas dos sete primeiros meses de 2023. Quer dizer: são apenas 38 mil toneladas de diferença a menos, facilmente superáveis neste finalzinho do mês de julho.
Fonte: portaldoagronegocio