As exportações totais de carne bovina brasileira, somando carne in natura e produtos processados, atingiram um novo recorde em setembro de 2024, com 319.026 toneladas exportadas, um aumento de 30% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A receita gerada foi de US$ 1,287 bilhão, representando um crescimento de 28%, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou informações da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O preço médio das exportações também apresentou leve melhora em setembro, com o valor médio da carne exportada atingindo US$ 4.035 por tonelada, valor próximo aos US$ 4.073 registrados no mesmo mês de 2023. Contudo, no acumulado do ano, os preços médios continuam inferiores aos de 2023. De janeiro a setembro de 2024, o preço médio foi de US$ 3.998 por tonelada, uma queda de 10% em relação aos US$ 4.422 praticados no mesmo período de 2023.
Desempenho Acumulado no Ano
Nos primeiros nove meses de 2024, o Brasil exportou um total de 2.349.611 toneladas de carne bovina, o que representa um crescimento de 33,7% em comparação ao acumulado de 2023. A receita no período foi de US$ 9,394 bilhões, uma alta de 21% em relação aos US$ 7,775 bilhões obtidos no ano anterior, quando as exportações somaram 1.757.920 toneladas.
China Continua Líder, mas Diversificação de Mercados Avança
A China segue como o principal destino da carne bovina brasileira, com 932.335 toneladas exportadas até setembro de 2024, um aumento de 8,3% em comparação ao ano anterior. A receita, entretanto, sofreu uma ligeira queda de 1,3%, somando US$ 4,119 bilhões. Essa variação se deve à redução no preço médio pago pelo país asiático, que passou de US$ 4.850 por tonelada em 2023 para US$ 4.420 em 2024.
Apesar de continuar sendo o maior importador da carne brasileira, a participação da China no total exportado caiu de 49% em 2023 para 39,7% em 2024. Essa redução está ligada à estratégia brasileira de diversificar seus mercados de exportação. Países como Argélia, México e Turquia, que praticamente não compraram carne bovina brasileira em 2023, figuram agora entre os 20 maiores importadores em 2024, com volumes significativos: 34.205 toneladas para a Argélia, 32.265 toneladas para o México e 42.176 toneladas para a Turquia.
Estados Unidos e Emirados Árabes Expandem Importações
Os Estados Unidos, que ocupam a segunda posição entre os maiores compradores, aumentaram suas aquisições de carne bovina brasileira em 100,2% de janeiro a setembro de 2024, comprando 393.673 toneladas e gerando uma receita de US$ 1,100 bilhão (+55,2%). Em 2023, no mesmo período, o país havia importado 196.609 toneladas.
Os Emirados Árabes Unidos, na terceira posição, também apresentaram um aumento expressivo em suas importações. De janeiro a setembro de 2023, o país comprou 40.087 toneladas de carne bovina brasileira. No mesmo período de 2024, esse volume saltou para 120.740 toneladas, um crescimento de 162%. A receita passou de US$ 204,1 milhões para US$ 547,8 milhões, um aumento de 168,3%.
Chile Mantém Volume de Compras, mas com Queda na Receita
O Chile, tradicional comprador de carne bovina brasileira, ocupou a quarta posição no ranking de importadores, com um volume de 77.347 toneladas de janeiro a setembro de 2024, uma leve alta de 1,7% em relação ao ano anterior. Contudo, a receita obtida com as exportações para o país andino caiu 2,4%, totalizando US$ 362,6 milhões.
Exportações Devem Representar Mais de 35% da Produção Nacional
Historicamente, as exportações brasileiras de carne bovina correspondiam a cerca de 20% da produção total do país. Em 2024, esse percentual deve superar 35% da produção estimada em 10 milhões de toneladas. Entre janeiro e setembro, 98 países aumentaram suas compras de carne bovina do Brasil, enquanto 70 países reduziram suas importações. Essa diversificação de destinos reflete a crescente importância do Brasil no mercado global de carne bovina.
Fonte: portaldoagronegocio