As exportações do complexo cafeeiro do Espírito Santo para a União Europeia registraram um crescimento extraordinário em 2024, com o volume exportado saltando de 316,6 mil sacas para 2,3 milhões de sacas, um aumento quase oito vezes maior em relação ao ano anterior. Deste total, 2,25 milhões de sacas foram de café cru em grãos e 59,3 mil sacas de café solúvel. Esse desempenho representou o maior volume de exportação para o bloco europeu na série histórica, considerando inclusive comparações com anos completos.
Em termos percentuais, a participação da União Europeia nas exportações de café do Espírito Santo saltou de 15,6% nos primeiros sete meses de 2023 para 42,7% no mesmo período de 2024. Esse aumento reflete a crescente demanda europeia pelos cafés produzidos no Estado.
O valor das divisas geradas com as exportações de café para a Europa também teve um salto significativo, passando de US$ 57,9 milhões em 2023 para US$ 442,7 milhões em 2024, representando um incremento de US$ 384,8 milhões. Esses números evidenciam a valorização do café capixaba no mercado europeu, consolidando a União Europeia como um dos principais destinos do produto.
O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, atribuiu esse desempenho excepcional à evolução da qualidade dos cafés do Espírito Santo, especialmente do conilon, resultado de investimentos em tecnologias avançadas e na capacitação dos produtores. Fatores externos, como a quebra de safra no Vietnã e conflitos internacionais que impactaram a logística de outros países produtores, além das incertezas causadas pelo regulamento europeu de commodities livres de desmatamento, também contribuíram para essa expansão. “Continuamos com o planejamento de Estado, temos o programa de cafeicultura sustentável mais robusto do Brasil, que norteia o rumo onde queremos consolidar o café capixaba no mundo”, destacou Bergoli.
Bélgica Lidera Crescimento
A Bélgica emergiu como o principal comprador do café capixaba entre os países do bloco europeu, com um aumento de quase nove vezes no volume importado, que passou de 43,9 mil sacas para 805,7 mil sacas. O valor das exportações para o país também cresceu significativamente, de US$ 6,6 milhões em 2023 para US$ 160,2 milhões em 2024.
A Itália seguiu a Bélgica em crescimento, importando 462,9 mil sacas, um aumento em relação às 52,2 mil sacas de 2023. O valor das exportações para o país passou de US$ 10,7 milhões para US$ 86,6 milhões. A Alemanha, outro mercado expressivo, ampliou suas importações de 49,3 mil sacas para 349,9 mil sacas, elevando o valor de US$ 9,2 milhões para US$ 65,6 milhões. A Espanha também se destacou, com um aumento nas exportações de 62,6 mil sacas para 317,9 mil sacas, e um crescimento no valor de US$ 9,6 milhões para US$ 56 milhões em 2024.
Além desses principais mercados, outros 16 países da União Europeia também compraram café capixaba, totalizando 42,7% das exportações de café do Espírito Santo de janeiro a julho de 2024. Para comparação, no mesmo período de 2023, o bloco foi responsável por apenas 15,6% das exportações de café do Estado.
No total, o Espírito Santo exportou cerca de 5,4 milhões de sacas de café para todos os países do mundo nos primeiros sete meses de 2024.
Michel Tesch, subsecretário de Estado de Desenvolvimento Rural, comentou sobre a competitividade do café capixaba: “O resultado das exportações é reflexo de um trabalho altamente profissional em toda a cadeia do café no Espírito Santo, desde os produtores até o segmento exportador e a indústria. Isso reforça que o trabalho desenvolvido no Estado, por diversas organizações que fazem parte do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura, está gerando resultados expressivos e consolidando o Estado como uma das principais origens produtoras de cafés sustentáveis no mundo”.
Os dados indicam uma tendência de crescimento contínuo das exportações de café capixaba para a Europa, impulsionada pela alta qualidade do produto. Esse cenário abre novas oportunidades para os produtores do Espírito Santo, que devem continuar investindo na qualidade e na promoção do café brasileiro no competitivo mercado europeu.
Danieltom Vandermas, gerente de dados e análises, destacou a importância da diversificação nas exportações: “Embora Bélgica, Itália e Alemanha sejam os maiores destinos, o aumento exponencial das exportações para mercados menores, como Polônia e Estônia, revela oportunidades estratégicas para diversificação e expansão em países emergentes dentro do bloco europeu. Essa diversificação é crucial para mitigar riscos e garantir resiliência econômica no longo prazo”, concluiu Vandermas.
Fonte: portaldoagronegocio
