As exportações brasileiras de açúcar e melaço começaram o mês de dezembro com um ritmo desacelerado, registrando uma queda de 35% no volume embarcado em comparação com a média do mesmo período em 2023. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Recorde anual seguido por desaceleração
Entre janeiro e outubro deste ano, as exportações brasileiras de açúcar atingiram um recorde histórico, ultrapassando o total exportado em todo o ano de 2023. Segundo a agência Reuters, esse desempenho foi impulsionado pelas restrições nas exportações de açúcar da Índia, o que aumentou a demanda global pela commodity brasileira.
João Baggio, diretor-presidente da G7 Agro Consultoria, destacou o protagonismo do Brasil no mercado global de açúcar em 2024. “Neste ano, quem colocou açúcar no mercado foi o Brasil. E isso vai continuar. Acredito que na safra 2024/2025 e na safra 2025/2026, o Brasil será novamente o maior exportador de açúcar do mundo”, afirmou.
No entanto, o ritmo forte observado até outubro desacelerou com a chegada do período de chuvas, especialmente na região Centro-Sul, reduzindo a colheita e a moagem de cana-de-açúcar. Em novembro, as exportações apresentaram queda de 7% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Desempenho de dezembro
Na primeira semana de dezembro, a retração foi ainda mais acentuada, com redução de 35% no volume exportado. Até o momento, o Brasil embarcou 613.176,1 toneladas de açúcar e melaço, com uma média diária de 122.635,2 toneladas. Em dezembro de 2023, essa média foi de 189.623,1 toneladas, segundo os dados da Secex.
Impacto na arrecadação
A queda no volume exportado, aliada à redução nos preços da commodity, resultou em uma diminuição significativa na arrecadação brasileira. Nos primeiros cinco dias úteis de dezembro, a receita com as exportações de açúcar foi 40,9% menor em relação à média registrada no mesmo período de 2023.
Os preços médios, que no último ano estavam em US$ 538 por tonelada, caíram para US$ 491,3 por tonelada em 2024. Assim, a arrecadação na primeira semana do mês foi de US$ 301,2 milhões, com uma média diária de US$ 60,2 milhões. Em comparação, a média diária de dezembro de 2023 foi de US$ 102 milhões.
Apesar da desaceleração no final do ano, o desempenho acumulado até outubro reforça a posição do Brasil como líder global no mercado de açúcar, com expectativas positivas para as próximas safras.
Fonte: portaldoagronegocio