O mês de novembro encerrou com uma significativa redução nas exportações brasileiras de milho. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 4.726.353 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) ao longo do mês, uma queda de 36% em relação ao mesmo período de 2023, quando o total exportado foi de 7.405.902 toneladas.
A média diária de embarques ficou em 248.755 toneladas, representando uma diminuição de 36,2% em comparação com as 370.295 toneladas registradas diariamente em novembro do ano anterior.
Alta do dólar impulsiona perspectivas para os próximos meses
Apesar da retração em novembro, o consultor de Grãos e Projetos da Agrifatto, Stefan Podsclan, apontou que a recente valorização do dólar trouxe novas oportunidades para exportadores, especialmente nos embarques previstos para dezembro, janeiro e fevereiro. “O dólar mais valorizado tende a abrir possibilidades para programas de originação, algo que temos observado com mais intensidade desde a semana passada”, afirmou Podsclan.
A reativação do Arco Norte como rota de navegação também reforça as perspectivas positivas. Traders já estão operando em regiões como o Norte de Mato Grosso e Rondônia, enquanto os portos de Santos e Paranaguá seguem apresentando boas condições logísticas para os próximos meses. “Há espaço para movimentações até o início de fevereiro, quando a logística começa a ser dominada pela safra de soja”, acrescentou o consultor.
Faturamento e preços médios em queda
O desempenho financeiro das exportações também foi afetado. O Brasil arrecadou US$ 985,06 milhões em novembro, contra US$ 1,678 bilhão no mesmo mês de 2023, o que representa uma queda de 41,3% na média diária de faturamento, de US$ 83,92 milhões para US$ 51,84 milhões.
O preço médio pago pela tonelada de milho brasileiro recuou 8%, passando de US$ 226,60 em novembro de 2023 para US$ 208,40 no mesmo período deste ano.
Embora o cenário atual indique retrações expressivas, o otimismo quanto aos embarques futuros demonstra que o mercado pode se recuperar, sobretudo diante das condições favoráveis proporcionadas pela alta do dólar e pela reorganização logística dos exportadores.
Fonte: portaldoagronegocio