Os estoques de arroz da Índia atingiram um recorde histórico no início de dezembro de 2024, ultrapassando em mais de cinco vezes a meta estabelecida pelo governo. Este aumento significativo nas reservas pode impulsionar as exportações do maior produtor e exportador mundial desse grão, ampliando suas remessas internacionais.
Segundo dados da Food Corporation of India, as reservas de arroz, incluindo o grão em casca não beneficiado, totalizaram 44,1 milhões de toneladas métricas em 1º de dezembro, superando a meta governamental de 7,6 milhões de toneladas. Já os estoques de trigo no mesmo período somaram 22,3 milhões de toneladas, contra a meta de 13,8 milhões de toneladas.
Com estoques elevados de arroz, a Índia pode aumentar suas exportações sem comprometer o abastecimento interno. No ano passado, as chuvas de monções irregulares levaram o governo indiano a impor restrições às exportações de arroz, abrangendo todos os tipos do grão. Contudo, a perspectiva de uma safra abundante permitiu a remoção dessas restrições, com exceção do arroz quebrado.
Os agricultores indianos colheram uma safra recorde de arroz de 120 milhões de toneladas durante a temporada de verão de 2024, representando quase 85% da produção total do país. Com a chegada da nova safra, espera-se que os estoques da Food Corporation of India aumentem ainda mais nos próximos meses, o que levanta preocupações sobre o armazenamento e gestão desses volumes.
Para a atual temporada de comercialização, que começou em 1º de outubro, a Food Corporation of India deve adquirir 48,5 milhões de toneladas de arroz dos agricultores, um aumento em relação às 46,3 milhões de toneladas compradas na safra anterior. O crescimento na área plantada foi impulsionado pelas chuvas abundantes, que beneficiaram a produção.
Embora o arroz tenha suas exportações liberadas, a Índia mantém restrições à venda de trigo no mercado internacional. Recentemente, os preços do trigo indiano atingiram níveis recordes, impulsionados pela forte demanda, oferta limitada e atrasos na liberação de estoques governamentais para equilibrar o mercado interno.
Fonte: portaldoagronegocio