Os estoques de açúcar no Brasil no início da atual safra, em abril, registraram o nível mais baixo já documentado, com apenas 900 mil toneladas, de acordo com a trading de commodities Wilmar, sediada em Cingapura. A empresa citou dados revisados pelo grupo industrial brasileiro Unica, revelados nesta quarta-feira (23).
Karim Salamon, chefe de pesquisa da Wilmar, afirmou que a Unica realizou uma revisão nos números dos estoques de açúcar do centro-sul do Brasil, ajustando os volumes do final de março, pouco antes do início da nova safra, para 1,9 milhão de toneladas, contra os 4,3 milhões de toneladas previamente estimados. “Após uma revisão longa, detalhada e precisa dos estoques no centro-sul, com a Unica verificando usina por usina, os estoques foram significativamente reduzidos”, explicou Salamon, destacando a surpreendente diferença de 2,4 milhões de toneladas.
Esses dados sobre os estoques de açúcar, ao contrário de outras informações de produção, não são divulgados publicamente pela Unica. Apenas as empresas associadas ao grupo têm acesso a essas informações restritas.
A Wilmar também foi a maior participante no vencimento do contrato de açúcar bruto da ICE para outubro, recebendo todas as 1,7 milhão de toneladas que os traders disponibilizaram na bolsa. No início da sessão de quarta-feira, os preços do açúcar bruto em Nova York subiram 3%.
O mercado de açúcar também está acompanhando de perto a Conferência Internacional de Açúcar da Datagro, em São Paulo, onde a Orplana, associação de produtores de cana-de-açúcar do Brasil, projetou uma safra de 582 milhões de toneladas para o ciclo 2025/26 (abril a março), frente às 590 milhões de toneladas estimadas para a safra 2024/25. A usina Santa Eliza, uma das maiores do país, prevê uma produção ainda menor, de 560 milhões de toneladas, citando que a produtividade agrícola deverá ser afetada pela seca deste ano, com rendimentos em torno de 75 toneladas por hectare.
Fonte: portaldoagronegocio