O dólar abriu a semana em queda frente ao real, acompanhando a fraqueza da moeda norte-americana no cenário internacional. Este movimento ocorre enquanto os investidores aguardam os dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos, fundamentais para prever os rumos das políticas monetárias doméstica e global.
Às 9h48, o dólar à vista registrava uma queda de 0,46%, sendo cotado a R$ 5,4162 para venda. Na B3, o contrato de dólar futuro para o primeiro vencimento recuava 0,32%, cotado a R$ 5,4210 para venda.
“Estamos vendo um alívio hoje refletindo o cenário externo. Acredito que o mercado permanecerá em compasso de espera com modesta volatilidade”, comentou Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
Após semanas marcadas por decisões de política monetária tanto no Brasil quanto em mercados desenvolvidos, a atenção dos investidores se volta agora para os novos dados de inflação, buscando sinais sobre o controle dos preços em nível global.
Expectativas Domésticas
O mercado doméstico estará atento, na quarta-feira, aos novos dados do IPCA-15 para junho. Analistas consultados pela Reuters esperam um aumento mensal de 0,45%, comparado a 0,44% no mês anterior.
Essas divulgações ganham cada vez mais importância à medida que as expectativas de inflação para este e o próximo ano continuam a subir, gerando preocupação entre as autoridades do Banco Central. Na pesquisa Focus, economistas elevaram a projeção do IPCA para o fim deste ano para 3,98%, ante 3,96% na semana anterior, e para 2025 para 3,85%, ante 3,80%.
A visão do Banco Central sobre a desancoragem das expectativas será detalhada na terça-feira, com a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), onde foi decidida a manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano.
Os economistas também elevaram a projeção para o valor do dólar ao fim deste ano, que agora é estimado em R$ 5,15, ante R$ 5,13 na semana anterior, em meio à recente fraqueza da moeda brasileira.
Cenário Externo
Os investidores internacionais estarão atentos, na sexta-feira, aos números do índice PCE de maio, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve. Analistas esperam estabilidade, após uma alta de 0,3% em abril.
Depois de um início de ano com altas de preços acima do esperado nos EUA, os dados mais recentes mostram uma moderação, trazendo confiança aos mercados sobre o processo de desinflação no país. Apesar da cautela exibida pelo Fed, há uma ampla expectativa de corte de juros em setembro, o que pode favorecer o real.
Quanto mais o banco central dos EUA reduzir os juros, menos atrativo o dólar se torna, devido à diminuição dos rendimentos dos Treasuries.
A fraqueza do dólar no Brasil também é refletida no exterior. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,31%, a 105,550.
Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,4413 para venda, com uma baixa de 0,38%.
Fonte: portaldoagronegocio