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Dólar pausa sequência de altas com Fed e eleições domésticas no radar

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Dólar pausa sequência de altas com Fed e eleições domésticas no radar

O dólar oscilava entre estabilidade e leve queda frente ao real nesta quinta-feira, pausando sequência de altas e acompanhando arrefecimento da divisa norte-americana no exterior, conforme investidores continuavam digerindo a ata da última reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve.

Às 10:22 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,09%, a 5,1636 reais na venda. Na mínima do dia, a moeda norte-americana caiu 0,7%, a 5,1291 reais, movimento que alguns participantes do mercado atribuíram a um ajuste, depois de o dólar ter avançado nos últimos três pregões –período em que acumulou alta de 1,85%.

Na B3, às 10:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,08%, a 5,1825 reais.

Colaborava para a resiliência do real nesta manhã a perda de fôlego do índice do dólar contra uma cesta de moedas fortes, que tinha leve alta por volta de 10h25 (de Brasília), devolvendo boa parte de seus ganhos iniciais.

Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, disse à Reuters que o ambiente “um pouco mais favorável” para o real se deve em parte à divulgação, na véspera, da ata do último encontro do Fed. No documento, o banco central não sinalizou explicitamente a continuidade dos superaumentos de juros de 0,75 ponto percentual que adotou em suas últimas duas reuniões, mas as autoridades ainda reforçaram a necessidade de continuar esfriando a inflação.

“Foi considerada ‘neutra’ pelo mercado”, disse Bergallo sobre a ata. Participantes do mercado tendem a reforçar a busca por dólares quando o banco central dos EUA oferece sinalizações mais duras sobre seu combate à inflação, e, no sentido oposto, costumam migrar para ativos mais arriscados após comunicações mais brandas.

Operadores precificavam chance ligeiramente maior de o Fed aumentar sua taxa de juros em 0,50 ponto percentual no próximo mês quando comparada à probabilidade de ajuste maior, de 0,75 ponto.

Mas, diante desse cenário, estrategistas da Guide Inestimentos disseram que “fica a dúvida se a recuperação recente dos mercados, pautada em expectativas de um Fed menos agressivo em 2022 e na possibilidade de o juro americano cair já no fim de 2023, não é exagerada –tendemos nessa direção e, portanto, voltamos a reforçar uma maior cautela olhando para frente”.

Enquanto isso, no Brasil, o foco seguia sobre campanha eleitoral, com destaque para a divulgação, nesta quinta-feira, de pesquisa Datafolha.

Bergallo disse não ver efeito do noticiário político na volatilidade do mercado de câmbio, pelo menos por ora. “A posse de (Alexandre) Moraes (na presidência do Tribunal Superior Eleitoral) eventualmente trouxe alguma perspectiva, ainda que temporária, de alguma pacificação no plano político”, o que dá suporte temporário ao real, disse ele.

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) compareceu à posse do ministro nesta semana, iniciativa que foi vista como um sinal de ao menos uma trégua temporária entre as duas autoridades, depois que Bolsonaro fez nos últimos meses sucessivos ataques a Moraes e ao sistema de voto em urnas eletrônicas.

A moeda norte-americana spot fechou a última sessão em alta de 0,54%, a 5,1682 reais.

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