O dólar iniciou a semana em alta, sendo negociado a R$ 6,14 na manhã desta segunda-feira (23), após a conclusão da tramitação do pacote de corte de gastos no Congresso Nacional. No fechamento da última sexta-feira, a moeda norte-americana havia registrado uma queda de 0,81%, sendo cotada a R$ 6,0719, após leilões do Banco Central.
Mercado Acompanha a Implementação do Pacote de Corte de Gastos
Investidores seguem atentos à avaliação do pacote de cortes, que visa reduzir despesas do governo nos próximos anos. Embora o governo tenha apontado avanços, algumas medidas foram “desidratadas” durante a tramitação, o que gerou apreensão no mercado sobre a real eficácia das propostas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou as mudanças e afirmou que o Congresso cumpriu o seu papel dentro de um prazo apertado. Ele também mencionou que outras medidas de redução de despesas podem ser anunciadas ao longo de 2025.
Expectativas sobre o Impacto Fiscal e Despesas Públicas
O governo federal estabeleceu a meta de zerar o déficit público em 2024 e 2025, ou seja, equilibrar as contas entre receitas e despesas. No entanto, o mercado financeiro permanece cético quanto à efetividade das medidas anunciadas, principalmente diante da falta de mudanças significativas em gastos estruturais, como os relacionados à Previdência e aos benefícios vinculados ao salário mínimo. A expectativa é de que essas despesas aumentem rapidamente, podendo anular o impacto dos cortes em um curto espaço de tempo.
A XP Investimentos, por exemplo, ajustou sua previsão de economia fiscal com o pacote de R$ 52 bilhões para R$ 44 bilhões. Essa revisão reflete a percepção de que os ajustes não são suficientes para controlar o endividamento público a longo prazo.
Dólar e Ibovespa
O dólar segue operando em alta de 1,16%, cotado a R$ 6,1422 por volta das 9h10, acumulando ganhos de 0,62% na semana e de 1,19% no mês. No ano, a moeda já registra uma alta de 25,13%.
Já o índice Ibovespa, que abriu às 10h, registrou uma alta de 0,75% no dia anterior, fechando aos 122.102 pontos. Contudo, o índice acumula perdas de 2,01% na semana, 2,84% no mês e 9% no ano.
Expectativas para o Final de 2023
O mercado também aguarda a divulgação de dados importantes no final da semana. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve divulgar a prévia da inflação de dezembro (IPCA-15) e as taxas de desemprego referentes ao mês de novembro, ambos com previsão de saída na sexta-feira (27).
Além disso, o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, trouxe ajustes nas previsões econômicas. Para 2024, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4,89% para 4,91%, mantendo-se acima do teto da meta de inflação, estabelecido em 4,50%. A estimativa de inflação para 2025 também foi revista, passando de 4,60% para 4,84%.
Expectativas para a Taxa de Juros
Em relação à taxa de juros, o mercado elevou a projeção para o fechamento de 2025, passando de 14% para 14,75% ao ano. Para o final de 2026, a estimativa foi ajustada de 11,25% para 11,75% ao ano.
Fonte: portaldoagronegocio