O dólar abriu em alta nesta segunda-feira (11), refletindo a cautela dos investidores com as contas públicas e o cenário fiscal do país. Na última sexta-feira, a moeda norte-americana fechou com uma valorização de 1,09%, cotada a R$ 5,7372, apesar de ter acumulado uma queda de 2,26% ao longo da semana. No mesmo dia, o índice Bovespa encerrou em queda de 1,43%, registrando 127.830 pontos, o menor patamar desde agosto deste ano.
O mercado financeiro mantém o foco em um aguardado pacote de cortes de gastos por parte do governo, que deve ajudar no equilíbrio das contas públicas e assegurar o cumprimento do arcabouço fiscal. A equipe econômica passou toda a última semana discutindo o plano de ajuste, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a indicar que o anúncio das medidas poderia ocorrer ainda naquela semana.
Contudo, o anúncio das medidas foi adiado. Segundo Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende primeiro apresentar as propostas aos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, já que algumas das ações envolvem alterações legislativas e demandam apoio para aprovação.
Dólar e Ibovespa Reagem à Espera por Medidas Fiscais
Às 9h30 desta segunda-feira, o dólar registrava alta de 0,94%, cotado a R$ 5,7914. Na última sexta-feira, a moeda havia alcançado a máxima de R$ 5,7903 no dia, acumulando queda de 2,26% na semana, recuo de 0,76% no mês e valorização de 18,23% no ano.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, iniciou o pregão às 10h. Na sexta-feira, o índice encerrou com queda de 1,43%, marcando 127.830 pontos, o menor valor desde 7 de agosto. No acumulado, o Ibovespa teve baixa de 0,23% na semana, recuo de 1,45% no mês e perda de 4,74% no ano.
Impacto da demora no Anúncio do Ajuste Fiscal
Desde o segundo turno das eleições municipais, no fim de outubro, o mercado aguarda com ansiedade a oficialização de medidas que auxiliem no controle das despesas públicas. A equipe econômica realizou diversas reuniões na semana anterior, com o intuito de elaborar um pacote de cortes. De acordo com Haddad, o anúncio deve ocorrer em breve.
No entanto, há resistência entre ministros que não desejam reduzir os recursos destinados às suas áreas. Na última sexta-feira, o presidente Lula reuniu-se com nove ministros, cujas pastas envolvem temas econômicos e sociais, para tentar viabilizar as propostas.
Para o mercado financeiro, a implementação desse pacote é vista como essencial para garantir que o governo cumpra as regras do arcabouço fiscal. A percepção geral é de que, sem cortes efetivos, a meta de equilíbrio das contas públicas pode não ser alcançada.
Fonte: portaldoagronegocio