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Agronegócio

Diesel e fertilizantes da Rússia: Estratégias têm sido determinantes para pleno abastecimento do agro do Brasil

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Diesel e fertilizantes da Rússia: Estratégias têm sido determinantes para pleno abastecimento do agro do Brasil

A garantia da oferta de fertilizantes para a próxima safra brasileira foi um dos assuntos mais discutidos dos últimos meses e se intensificou com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, uma vez que o Brasil tem nas matérias-primas russas uma de suas principais fontes de abastecimento. Assim, as estratégias definidas não só pelo setor, mas também pelo governo federal para garantir este abastecimento são determinantes para que as novas temporadas corram bem e adequadamente, apesar dos mais elevados custos de produção em décadas.

Essa importância foi reforçada pelo Almirante Flávio Rocha, Secretário Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e representante do Confert (Conselho Nacional de Fertilizantes) na última sexta-feira (29), durante o evento de celebração ao Dia do Agricultor e aos 25 anos do Notícias Agrícolas promovido pelo portal.

Mais do que isso, foi ainda lembrada pelo jornalista João Batista Olivi, durante o debate “Vozes da Experiência”, como uma iniciativa importante do governo de Jair Bolsonaro, não só com a ida da ministra Tereza Cristina à Rússia para garantir que estaríamos abastecidos, como pela viagem do próprio presidente para um encontro com Vladimir Putin durante o confronto com a Ucrânia.

“Sabemos da importância do governo Bolsonaro para trazer os fertilizantes para o Brasil (…) Imagine se não tivéssemos os fertilizantes chegando ao Brasil para esta próxima safra. Então, esta foi uma iniciativa por alguns imcompreendida, mas os fatos estão aí, incontestáveis”, disse Olivi.

Sobre a autossuficiência do Brasil em fertilizantes, Rocha é taxativo. “Não. O foco do plano (Plano Nacional de Fertilizantes) é diminuirmos a dependência externa o mais rápido possível. O plano prevê uma estratégia que, assim como todas as estratégias do governo atual, tem o foco em 2050. São estratégias de estado. Temos, dentro do plano, iniciativas de caráter imediato”, detalha o almirante.

Diesel da Rússia

Sobre a vinda de óleo diesel da Rússia para o Brasil, o almirante Rocha falou ainda da importância de uma medida como esta para mais uma força na contenção dos preços dos combustíveis. Ele destacou ainda a vinda não só de diesel russo, mas de outras origens que também podem ser competitivas alternativas para o mercado brasileiro.

O almirante destacou o peso das sanções da Europa e dos Estados Unidos sobre a Rússia para um agravamento da crise, inclusive de distribuição de alimentos, que se instalou no globo desde a chegada da pandemia e agravada com a guerra entre russos e ucranianos e afirmou que o Brasil terá papel fundamental para garantir que soluções comecem a ser implementadas.

“Então, a posição brasileira neste aspecto é de que deve haver fóruns multilaterais onde sejam discutidas soluções, mas que as sanções não afetem, principalmente, a segurança alimentar. E quando se fala em segurança alimentar, se fala em diesel, em combustíveis. Então, o presidente Bolsonaro determinou que o Ministério de Minas e Energia e a Secretaria de Assuntos Estratégicos fizessem uma coordenação com outros ministérios para que nós, usando a diplomacia, o MME, procurássemos soluções não só na Rússia. Acabamos de fazer uma viagem a nove países árabes durante a qual negociamos com diversos países este fornecimento. Ainda não está concretizado, mas em tratativas bem avançadas, mas posso afirmar”, detalhou o almirante Rocha.

Qual o futuro do agro brasileiro?

Além da economia verde, citada também durante o evento pelo Dr. Celso Moretti, presidente da Embrapa, e pelo Dr. Roberto Rodrigues, coordenador do Núcleo de Agronegócio da FGV, como pautas que irão fundamentar o futuro do agronegócio brasileiro, o almirante citou ainda a importância das áreas de mar do país.

“Estamos aumentando a aproximação com as nossas áreas marítimas, com as potencialidades que temos no mar e muitos dos insumos que obtemos em terra passarão também a ser explorados no mar, inclusive bioinsumos. Teremos essa simbiose da economia azul com a economia verde que será muito benéfica para o nosso país, que tem a sorte de ter essa área terrestre, com esse clima maravilhoso, e mais uma área terrestre também adjacente, com riquezas incomensuráveis”, concluiu.

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