À primeira vista os piores resultados da primeira semana do ano foram registrados pelo frango abatido, cujas cotações no encerramento do período ficaram perto de 9% abaixo daquelas alcançadas no fechamento da semana anterior (30 de dezembro, último dia de negócios de 2022). Com isso, retroagiu ao pior desempenho dos últimos 10 meses, ou seja, desde março do ano passado.
Quatro fatores, pelo menos, atuam para esse fraco resultado. A existência de estoques de passagem não absorvidos nas Festas, a escassez de dinheiro típica do pós-Natal, o período de férias (as escolares e as de parte da população) e a concentração de obrigações financeiras como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar.
Teoricamente, essa situação deveria ser total ou parcialmente revertida no transcorrer da presente semana, a segunda de 2023, com a chegada dos salários ao mercado. Mas como os fatores negativos citados persistem é pouco provável que haja uma demanda suficiente capaz de alterar o atual comportamento do mercado.
Tais circunstâncias se aplicam, igualmente, ao frango vivo, cuja cotação no interior paulista (R$5,00/kg) se igualou à do ano anterior desde 20 de dezembro último. Porém, neste caso, pior para o frango vivo mineiro, que chegou à véspera de Natal (24) cotado da R$5,40/kg e, nos seis dias de negócios da semana seguinte, perdeu 40 centavos, o que significou que, agora, São Paulo e Minas Gerais operam, aparentemente, com a mesma cotação. Aparentemente, sim, pois o valor ora vigente corresponde apenas a um referencial, já que a produção independente não programada está sujeita a descontos variáveis.
Pelo atual referencial, o frango vivo de São Paulo se encontra perto de 3% abaixo da média registrada em dezembro passado, enquanto a redução do abatido chega a, praticamente, 10%. Já em termos anuais o frango abatido ainda registra incremento de 13,45%, enquanto o do frango vivo mal passa de 1,5%.
Superar essas condições talvez represente apenas o primeiro desafio do ano para o setor.
Fonte: portaldoagronegocio