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Alface BRS Mediterrânea, da Embrapa, atinge o ponto de colheita sete dias antes de cultivares similares, reduzindo o tempo de exposição ao calor
Pesquisadores da Embrapa Hortaliças observaram um desempenho excepcional das cultivares de alface BRS Leila e BRS Mediterrânea em experimentos simulando temperaturas mais elevadas. Enquanto outras variedades enfrentaram dificuldades sob condições de aumento de temperatura, essas duas cultivares se destacaram, mantendo um crescimento saudável durante 45 dias a uma temperatura média de 30°C.
Impacto das Mudanças Climáticas na Agricultura
O estudo visou entender como as mudanças climáticas podem afetar o desenvolvimento das plantas, especialmente em relação à temperatura. Com as projeções de aumento da temperatura global, compreender a resposta das culturas às condições adversas torna-se fundamental para garantir a segurança alimentar no futuro.
Características Adaptativas das Cultivares
Segundo os pesquisadores, tanto a BRS Leila quanto a BRS Mediterrânea apresentam características que as tornam mais resistentes ao calor. A BRS Leila, por exemplo, tem um atraso no florescimento, permitindo que ela suporte temperaturas mais altas por um período mais longo. Já a BRS Mediterrânea tem um ciclo de produção mais curto, reduzindo sua exposição ao calor e evitando o florescimento precoce, que pode afetar negativamente a qualidade da alface.
Ferramenta de Avaliação: Câmara de Crescimento Vegetal
Para testar a tolerância ao calor das cultivares, os pesquisadores utilizaram a Câmara de Crescimento Vegetal, um ambiente controlado capaz de simular diferentes cenários climáticos. Essa ferramenta permitiu que eles identificassem as plantas mais resilientes às altas temperaturas e outros fatores adversos, como o déficit hídrico.
Próximos Passos: Enfrentando o Estresse Hídrico
O estudo faz parte de uma série de estratégias para enfrentar as condições climáticas em mudança. Os pesquisadores planejam continuar os estudos, focando agora na tolerância ao estresse hídrico, incluindo a salinização do solo, e explorando o uso de bioinsumos para promover o desenvolvimento das culturas mesmo sob condições adversas.
Fonte: portaldoagronegocio