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Agronegócio

Desafios no Mercado de Feijão Carioca e Tendência de Alta para o Feijão Preto

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Nesta semana, o mercado de feijão carioca continuou a enfrentar desafios, mesmo com a oferta de grãos de alta qualidade (nota 8,5 ou superior). De acordo com Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado, a demanda tem se concentrado em feijões de qualidade inferior (nota 7,5), refletindo a busca por preços mais acessíveis e a seletividade dos compradores diante das atuais condições econômicas.

Segundo Oliveira, o movimento de compradores durante a madrugada foi considerado normal, mas as vendas não atingiram as expectativas. A queda nos preços gerou incerteza e levou os compradores a adotarem uma postura cautelosa, preferindo esperar o pós-pregão para realizar compras na expectativa de melhores condições de negociação.

As negociações mais significativas envolveram cargas de feijão extra, com preços entre R$ 250,00 e R$ 255,00 por saca, dependendo das condições de pagamento. Um lote de feijão carioca extra, nota 9,5 EL, foi comercializado a R$ 245,00 por saca, mais despesas, destacando a seletividade do mercado. Entretanto, o volume de negócios continua abaixo do esperado, refletindo a estagnação tanto no atacado paulista quanto nas principais regiões produtoras do país.

Nas regiões produtoras, como Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná, o mercado segue calmo e bem abastecido, mas sem alterações significativas nos preços. A resistência dos compradores em aceitar os preços ofertados para feijões comerciais, somada à possibilidade de negociações diretas com os produtores, tem limitado ainda mais as transações. Esse cenário de pressão sobre os preços, com muitas vendas abaixo dos custos de produção, torna improvável um aumento no plantio de feijão carioca para a safra 2024/25. A recuperação do mercado agora depende de uma firme reação da demanda no último quadrimestre do ano, essencial para a sustentabilidade dos preços.

Feijão Preto: Viés de Alta Persistente

Enquanto isso, o mercado de feijão preto apresenta um viés altista, com preços variando entre R$ 310,00 e R$ 340,00 por saca, surpreendendo o setor, especialmente em comparação à pressão negativa sobre o feijão carioca. Lotes de feijão preto extra foram negociados entre R$ 310,00 e R$ 320,00 por saca, com algumas pedidas alcançando R$ 340,00 por saca. A expectativa é que o mercado continue a mostrar tendência de alta, principalmente se a demanda se recuperar nas próximas semanas.

Oliveira explica que a oferta cada vez mais restrita tem forçado os compradores a buscar informações sobre preços e padrões de qualidade disponíveis. Para feijões comerciais, os preços variam entre R$ 310,00 e R$ 320,00 por saca, enquanto os melhores padrões atingem R$ 340,00 por saca para o produto nacional. O feijão preto importado da Argentina já ultrapassa os R$ 350,00 por saca, refletindo a escassez e a alta demanda.

Desde o início da semana, as vendas têm se concentrado em feijões de qualidade inferior, enquanto o último relatório de embarques dos portos brasileiros destaca cargas de 4 mil e 10 mil toneladas de feijão preto programadas para a segunda quinzena deste mês, ainda sem destino definido. Esse ritmo robusto de embarques tem sustentado as cotações, sugerindo que a demanda externa pode continuar a apoiar os preços no curto prazo, mesmo diante de uma momentânea inatividade no mercado interno.

No Paraná, principal estado produtor de feijão preto no Brasil, o aumento nos preços reflete a escassez na oferta. Algumas empresas, operando com estoques que permitem adiar compras imediatas, ainda realizam vendas pontuais, renegociando os preços dos seus fardos para se ajustar às exigências do mercado antes de concluir as transações.

Fonte: portaldoagronegocio

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