O agronegócio brasileiro enfrentou um cenário desafiador em 2024, com a redução de 3,5% do PIB do setor no primeiro semestre, o que resultou em uma perda de R$ 92 bilhões em comparação com 2023. Segundo dados divulgados pelo Cepea/Esalq-USP e analisados por Ricardo Leite, superintendente executivo do Banco Safra, a queda foi mais acentuada no setor agrícola, com uma retração de 5,1% (equivalente a R$ 96 bilhões). Em contrapartida, o setor de pecuária obteve um leve crescimento de 0,5% (R$ 4 bilhões).
No que diz respeito às exportações, o Brasil alcançou US$ 126 bilhões de janeiro a setembro de 2024, o que representa uma leve queda em relação ao mesmo período de 2023. Embora o volume exportado tenha registrado um aumento de 0,3%, o preço médio das commodities em dólares caiu 1%, reflexo da oferta abundante de produtos como soja e milho.
A desvalorização do real (+7,1%) contribuiu para a melhoria da competitividade, mas, apesar desse efeito cambial, o faturamento em reais sofreu uma queda de 5,4%. A China continuou sendo o principal destino das exportações brasileiras, respondendo por 34,6% do total, seguida pela União Europeia (13%) e pelos Estados Unidos (6,7%).
Estratégias de Gestão e Perspectivas para o Futuro
A recuperação dos preços dependerá em grande parte da próxima safra brasileira, bem como das condições nos mercados internacionais, como os dos Estados Unidos e Argentina. A situação ressalta a necessidade de adoção de estratégias eficazes de gestão de riscos, como o uso de hedge cambial e de preços.
Ricardo Leite destaca que, embora a taxa de câmbio favorável ofereça vantagens competitivas, o agronegócio ainda enfrenta desafios internos, como os elevados custos de produção e a infraestrutura deficiente. A análise reforça a importância de estratégias de mitigação de riscos para lidar com as oscilações do mercado internacional e proteger a rentabilidade do setor.
Fonte: portaldoagronegocio