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Agronegócio

Desafios da Indonésia para ampliar produção de etanol: superando a barreira da matéria-prima

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A Indonésia, o maior consumidor mundial de biodiesel de óleo de palma, está agora trabalhando para introduzir mandatos de etanol para a gasolina para reduzir ainda mais as importações do combustível fóssil e as emissões de carbono, mas primeiro terá que garantir mais matéria-prima e resolver problemas técnicos espinhosos.

A Indonésia importou cerca de 60% da gasolina que consumiu no ano passado a um custo de US$ 17 bilhões, e pretende replicar o sucesso que teve com os mandatos de biodiesel que reduziram bilhões de dólares em contas de importação de diesel.

Embora grande parte das reduções de emissões da Indonésia venha do manejo florestal e do fechamento de usinas movidas a carvão, ela também espera obter cortes significativos com uso de biocombustíves e veículos elétricos.

Este ano, o governo planeja testar a gasolina com 5% de etanol em Surabaya, capital da província de Java Oriental, disse à Reuters o funcionário do Ministério da Energia, Dadan Kusdiana.

A Indonésia planeja eventualmente determinar o conteúdo de etanol para a gasolina em 15% e usá-lo em todo o país até 2031, uma meta agressiva, uma vez que tem apenas duas usinas que lutam para garantir matéria-prima de melaço de açúcar suficiente.

“Não há problemas técnicos para o bioetanol. A questão está no lado da matéria-prima… Se dependermos do suprimento de melaço existente, continuaremos a competir (com outras necessidades)”, disse Dadan.

Com capacidade limitada de etanol e o país dependendo de açúcar importado para atender a demanda doméstica, inclusive para alimentos, algumas empresas estão procurando produzir a partir de outras matérias-primas, como mandioca e biomassa.

“Há duas empresas interessadas em produzir bioetanol a partir da biomassa… Então (o programa) não teria que depender totalmente da produção de cana-de-açúcar”, disse Dadan.

A empresa estatal de energia Pertamina também planeja construir uma instalação para produzir bioetanol a partir da mandioca e misturar gasolina com 5% de bioetanol e 15% de metanol para uma mistura que chama de A20, disse seu executivo-chefe em uma audiência parlamentar em janeiro.

Grande apetite

A Indonésia queimará 45,7 milhões de quilolitros (12,1 bilhões de galões) de gasolina em 2025 e 50,1 milhões de kl em 2030, de acordo com um estudo do Instituto de Tecnologia de Bandung (ITB).

Isso significa que um mandato de 2025 para 5% de etanol exigiria 2,29 milhões de kl de etanol por ano, muito além da atual capacidade anual de bioetanol para combustível de 70.000 kl.

Uma resposta parcial é uma maior produção de açúcar, e o presidente Joko Widodo anunciou planos para quase quadruplicar a terra para plantações de cana-de-açúcar para 700.000 hectares, a fim de alcançar a autossuficiência em açúcar para alimentos e combustível em cinco anos.

Sucesso do diesel

Em fevereiro, a Indonésia aumentou sua mistura obrigatória de biodiesel de óleo de palma para 35%, de 30% em 2020. Seu programa de oito anos cortou as importações de diesel, ajudou a transformar um déficit em conta corrente em superávit e enxugou o excesso de produção resultante da maior dificuldade em enviar óleo de palma para a Europa.

A Indonésia reduziu os custos de importação de diesel em 2022 em US$ 8,34 bilhões por meio de seu mandato B30 e espera economizar US$ 10,75 bilhões este ano com o mandato B35, de acordo com dados do governo.

A indústria da palma também pode ajudar a resolver o problema do bioetanol por meio do fornecimento de biomassa se a tecnologia e os processos de produção puderem ser trabalhados.

A Indonésia poderia produzir cerca de 5,6 milhões de quilolitros de bioetanol por ano apenas a partir da seiva do tronco da palmeira, constatou o ITB, com base em uma taxa de replantio de 4% de 16 milhões de hectares de plantações de palmeiras.

Fonte: portaldoagronegocio

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