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Agronegócio

Decisões Monetárias Brasil e EUA: Impactos e Expectativas

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Nesta quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Brasil e o Federal Reserve (FED) dos EUA anunciaram mudanças em suas respectivas taxas de juros, refletindo abordagens distintas para suas políticas monetárias.

O FED decidiu cortar sua taxa de juros em 50 pontos percentuais, conforme amplamente esperado pelos analistas. Já no Brasil, o COPOM optou por um aumento de 25 pontos percentuais na taxa Selic, o que estava alinhado com as previsões de mercado.

A seguir, são apresentadas análises detalhadas das decisões anunciadas:

Análise do Comunicado do COPOM

Luiz Rogé, economista e sócio da Matriz Asset Management

O comunicado do COPOM revelou um tom realista e agressivo, destacando o início de um ciclo de alta nas taxas de juros. Embora o comitê tenha sido explícito ao afirmar que está começando um ciclo de elevação, a magnitude e a frequência dos ajustes futuros dependerão da dos indicadores econômicos, como inflação e atividade econômica.

O COPOM indicou que, apesar de uma elevação atual, a taxa básica Selic não resolverá imediatamente os desafios econômicos. A assimetria inflacionária e a pressão fiscal permanecem como pontos-chave, com a inflação subjacente frequentemente superando a meta. Esse cenário contribui para a percepção de um balanço de riscos altista para a inflação, justificando o aumento de 25 pontos na taxa.

A decisão do comitê, que foi unânime, reflete a preocupação com a resiliência da economia local, a pressão no mercado de trabalho e as expectativas inflacionárias. O comunicado não detalhou a duração ou a magnitude total do ciclo de alta, mas deixou claro que mais aumentos são esperados conforme os dados evoluem.

O impacto das mudanças no câmbio também foi abordado, com o COPOM mencionando que a alta do diferencial de juros entre o Brasil e os EUA pode levar a uma pressão vendedora sobre o , favorecendo a entrada de recursos no país. No entanto, não houve um foco adicional sobre possíveis desvalorizações cambiais.

Análise da Decisão do FED

Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital

A decisão do FED de reduzir a taxa de juros em 50 pontos percentuais estava em linha com a maioria das expectativas no mercado, conforme indicado pelas apostas na CME. A reação inicial dos mercados foi positiva, sugerindo um potencial aumento do fluxo de investimentos para países emergentes, como o Brasil.

Jerome Powell, presidente do FED, destacou preocupações com o nível de emprego nos EUA, que está próximo ao limite onde a taxa de desemprego poderia começar a subir, justificando o corte de juros. Powell também comentou sobre o nível neutro da taxa de juros, que é atualmente mais alto do que no passado, e não prevê taxas de juros negativas no futuro próximo.

A expectativa é de que novos cortes possam ocorrer nas próximas reuniões, embora Powell tenha ressaltado que essas decisões serão baseadas em dados futuros.

As decisões recentes dos bancos centrais do Brasil e dos EUA refletem estratégias contrastantes em resposta às suas respectivas condições econômicas, com implicações significativas para os mercados financeiros e a economia global.

Fonte: portaldoagronegocio

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