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Andreia Tarelow
O Brasil enfrenta uma crise financeira aguda, evidenciada pela marca histórica da dívida pública que ultrapassou a marca de um trilhão de reais, conforme relatado por jornais na semana passada. As previsões econômicas apontam para um aumento do déficit futuro, enquanto as promessas de superávit planejadas pelo governo parecem cada vez mais distantes de serem cumpridas.
Recentemente, as principais confederações empresariais do país, representando setores como agricultura, comércio, serviços, indústria, cooperativas e transporte, emitiram uma nota de repúdio. O motivo foi a recusa do governo em creditar legítimos créditos de PIS/Cofins, comprometendo a desoneração da folha de serviços, previamente acordada com o Legislativo e agora desrespeitada pela Medida Provisória nº 1.202/2023, devolvida pelo Congresso Nacional.
Desde 12 de junho de 2024, o dólar oscila entre 5,40 e 5,42 reais, enquanto a Bolsa de Valores registrou uma queda de quase 2 pontos percentuais. Essa volatilidade foi influenciada pelas declarações do presidente, que sugeriu aumento de tributação e redução de juros, medidas que poderiam impactar a eficácia da política monetária na contenção da inflação.
A decisão do governo de importar arroz após a catástrofe climática no Rio Grande do Sul gerou críticas contundentes. Segundo a Confederação Nacional da Agricultura, mais de 80% da safra gaúcha já havia sido colhida, tornando desnecessária a importação e ameaçando empregos e negócios locais.
Em seu livro “Agrobusiness Brasileiro” (2023), Ives Gandra da Silva Martins destaca a importância estratégica do agronegócio para o Brasil, contrastando com as decisões equivocadas do governo que, além de comprometerem recursos escassos, prejudicam setores produtivos nacionais.
A reação do setor agrícola foi rápida e uníssona, demonstrando que o governo estaria gastando recursos em uma importação sem fundamento econômico, enquanto ignora a oferta nacional de arroz. O primeiro leilão realizado acabou sendo cancelado devido a questionamentos sobre a transparência e a legitimidade dos participantes.
A pergunta que ecoa neste cenário complexo é clara: se há uma dívida crescente e recursos limitados, por que o governo optaria por importar arroz quando o produto nacional está disponível em abundância? As decisões recentes levantam sérias dúvidas sobre a gestão financeira do Governo Federal e suas prioridades em tempos de crise.
Fonte: portaldoagronegocio