A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a escalada de invasões de terras se reuniu nesta quarta-feira (24) para votar os primeiros requerimentos do colegiado. Entre os documentos aprovados, destaque para os convites endereçados aos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. As datas para as tomadas de depoimentos serão definidas oportunamente.
Destaque ainda para a aprovação do requerimento que prevê a realização de diligências às propriedades invadidas desde o início do ano. A primeira visita está prevista para a próxima segunda-feira (29), no município de Presidente Prudente, em São Paulo. Segundo o relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP), o objetivo é buscar informações junto às autoridades policiais referentes às invasões ocorridas na região do Pontal do Paranapanema. “Foi justamente a delegacia regional de Presidente Prudente que avançou muito nas investigações sobre as práticas delituosas envolvidas nessas invasões, como extorsão, depredação de patrimônio e furto”, explicou. A CPI ainda aprovou um convite para ouvir o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
O presidente da CPI, deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), ressaltou que o colegiado se pautou pelo equilíbrio na análise dos requerimentos, proporcionando a votação de propostas de deputados do governo e da oposição. “Acredito que a primeira sessão deliberativa atingiu seu objetivo. Teve um pedido por parte do governo para transformar as convocações em convite. Em troca, os governistas abriram mão dos instrumentos regimentais de obstrução para que pudéssemos avançar nas pautas”, destacou. De acordo com relatos de integrantes da CPI, a condução do presidente saiu fortalecida pelo fato de conseguir colocar em votação todos os 15 requerimentos pautados nesta primeira sessão deliberativa.
Outro requerimento acatado foi o pedido de informações sobre a organização da Feira Nacional de Reforma Agrária do MST. O evento recebeu cerca de R$ 1,3 milhão de patrocínio por parte do Incra. Custeado com dinheiro público, o evento abriu espaço para a montagem de uma cela, simulando a prisão de bolsonaristas. Crítico histórico das invasões de terras, o ex-presidente do Incra e ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, também foi convidado para falar na CPI. Jungmann comandou as pastas entre 1996 e 2002, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Nos dois mantados de FHC, os sem-terra invadiram 2.442 fazendas. A CPI do MST volta a se reunir na próxima terça-feira (30), às 14h.
Fonte: portaldoagronegocio