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Agronegócio

Como o uso crescente de baculovírus está revolucionando o controle de pragas agrícolas de forma sustentável

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O uso de baculovírus, vírus com ação inseticida, tem sido um fator determinante para a expansão da Promip no mercado agrícola brasileiro. Entre 2021 e 2024, a área tratada com produtos à base desse bioinseticida aumentou de 500 mil hectares para mais de 2 milhões de hectares, um crescimento de 300%. A empresa prevê atingir uma capacidade de produção suficiente para atender até 10 milhões de hectares até 2026, reforçando sua liderança nesse segmento.

A crescente adoção dos baculovírus reflete a busca por alternativas sustentáveis e eficazes no combate a pragas, especialmente diante do aumento da pressão de lagartas observado na última safra. A alta seletividade dos baculovírus é outro atrativo, oferecendo controle eficiente sem afetar inimigos naturais das pragas. “Com a resistência crescente das pragas a inseticidas convencionais, o uso de baculovírus como parte do Manejo Integrado de Pragas (MIP) tem se destacado, especialmente contra a Spodoptera frugiperda, conhecida como lagarta-do-cartucho”, afirma Marcelo Poletti, CEO da Promip.

Estudos realizados pela Embrapa, que desenvolveu o BaculoMIP em parceria com a Promip, indicam que a eficiência de controle dos baculovírus pode superar 80% em culturas como soja e milho, dependendo das condições climáticas e da densidade populacional das pragas.

Um levantamento recente da Kynetec Brasil, através do FarmTrak 2023/24, revelou que a pressão de lagartas no milho safrinha aumentou significativamente. Houve uma elevação de 24% na adoção de inseticidas e um aumento de 13% na intensidade das aplicações, resultando em uma área tratada de 22,5 milhões de hectares, 38% acima da safra anterior. Esse crescimento é inédito após três safras de estabilidade.

O que é o baculovírus?

O baculovírus é um vírus altamente específico que infecta exclusivamente insetos, em especial lagartas, principais pragas agrícolas. Sua ação inicia-se quando a lagarta consome partículas virais presentes nas folhas contaminadas. No corpo do inseto, o vírus se multiplica, compromete suas células e interrompe sua alimentação, levando à morte em poucos dias. Com isso, novos vírus são liberados no ambiente, prontos para infectar outras lagartas.

De acordo com Poletti, essa especificidade é uma das principais vantagens do baculovírus em relação aos inseticidas químicos. “Seu uso protege as culturas sem prejudicar insetos benéficos, aliados naturais no controle de pragas”, destaca.

Diferentemente de outros agentes biológicos, como bactérias e fungos, que são produzidos em biorreatores industriais, os baculovírus se replicam no corpo de lagartas, que funcionam como biorreatores naturais. Esse processo é complexo e requer lagartas saudáveis para garantir a qualidade do produto final.

A Promip conta com uma estrutura fabril equipada com tecnologia avançada, que permite ampliar a capacidade produtiva e manter padrões rigorosos de qualidade. Além de atender sua própria demanda, a empresa também produz para outras marcas no mercado brasileiro.

Fonte: portaldoagronegocio

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