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Agronegócio

Como evitar riscos e garantir a segurança no fornecimento de cereais: alerta da Coface

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A conclusão é de estudo global realizado pela Coface, líder mundial em seguro de crédito e fornecimento de informações comerciais, sobre as persistentes consequências do conflito na economia. 

De acordo com o levantamento, as dificuldades de abastecimento e os preços elevados no mercado podem reforçar os reflexos protecionistas sobre os produtos alimentares. O estudo alerta que alguns países podem ser tentados a reintroduzir medidas protecionistas semelhantes às que entraram em vigor em 2022 (Egito, Índia) para lidar com pressões inflacionárias ou escassez de alimentos.

A análise da Coface alerta também para a possível redução da safra de cereais: “Enquanto a demanda provavelmente estará sujeita a forte inércia, espera-se uma queda de 2% na produção mundial de cereais para a temporada 2022/23”. Além disso, segundo o estudo, a contração da produção deve acentuar a concentração de estoques em países-chave. Nos últimos anos, a China aumentou constantemente seus estoques de trigo e agora detém mais de 50% dos estoques mundiais do produto.

A Coface lembra também que os países exportadores de grãos possuem cada vez menos estoques (7,3% dos estoques em 2022, em com 11,3% em 2010). Essa situação, recorda a análise, inevitavelmente prejudicará a fluidez do comércio internacional de cereais, especialmente em um mercado sob pressão.

Com esse quadro, a Coface acredita que as graves tensões de abastecimento que surgiram com o início da guerra na Ucrânia persistirão ao longo de 2023.

Em relação ao trigo, o estudo lembra que a guerra na Ucrânia causou perturbações duradouras nos fluxos marítimos essenciais para o trânsito do produto no Mar Negro: “Os fluxos que passam pelo estreito de Bósforo estão cerca de 50% mais baixos do que antes da guerra, enquanto a Rússia e a Ucrânia respondem por 25% das exportações mundiais de trigo. A redução na disponibilidade de cereais tem um forte impacto em certos países que são altamente dependentes de importações, especialmente na África Ocidental, Central e Sudeste Asiático”. 

A Coface aponta também o problema causado pela destruição de terras aráveis, infraestruturas e equipamentos na Ucrânia: “De acordo com a Associação de Grãos da Ucrânia (UGA), as áreas cultivadas foram reduzidas em 25% em 2022 em comparação com 2021, e as previsões para 2023 são ainda mais pessimistas. A do solo devido aos bombardeios ameaça as colheitas futuras, e muitas fábricas químicas ou instalações de armazenamento essenciais para a produção agrícola foram destruídas. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estima que 618 locais industriais ou infraestruturas críticas foram destruídos na Ucrânia desde o início da guerra.”

: portaldoagronegocio

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