Os contratos futuros de açúcar iniciaram a semana em queda nas principais bolsas internacionais, impulsionados por estimativas de uma safra robusta de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, que deve superar 605 milhões de toneladas. Analistas observam que a produção de cana nesta região, até o momento, é a segunda maior já registrada, mas a tendência do mercado dependerá da velocidade com que a produção se ajustará em relação ao recorde de 2023.
Segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica), a moagem acumulada na safra já atingiu 539 milhões de toneladas até o dia 15 de outubro, representando um aumento de 2% em relação ao mesmo período da safra anterior. Contudo, conforme análise da consultoria Green Pool, o ritmo de encerramento da moagem não é suficiente para sustentar uma colheita inferior a 600 milhões de toneladas métricas, mantendo-se a projeção de 605 milhões de toneladas.
Além disso, o mercado global de açúcar tem sido influenciado pelas notícias de aumento na produção de etanol na Índia, o que reduz a disponibilidade de açúcar para exportação do segundo maior produtor mundial da commodity na temporada 2024/25.
Mercado Internacional
Na ICE Futures de Nova York, todos os contratos de açúcar bruto registraram queda nesta segunda-feira (28). O vencimento para março de 2025 foi negociado a 21,96 centavos de dólar por libra-peso, uma queda de 0,8% em comparação à sessão anterior. Para o contrato de maio de 2025, a cotação recuou 14 pontos, fechando a 20,31 cts/lb. Outras datas de vencimento registraram decréscimos entre 8 e 13 pontos.
Já na ICE Futures Europe, em Londres, o açúcar branco também fechou em baixa. O contrato de dezembro de 2024 foi negociado a US$ 560,20 por tonelada, com uma queda de 1,1%. Para março de 2025, o recuo foi de 6,40 dólares, com a tonelada negociada a US$ 568,40. Outras cotações variaram entre 2,80 e 5,30 dólares para baixo.
Mercado Doméstico e Etanol Hidratado
No mercado interno brasileiro, as cotações de açúcar cristal monitoradas pelo Indicador Cepea/Esalq (USP) também registraram baixa, com a saca de 50 kg negociada a R$ 157,58, refletindo uma queda de 0,43% em relação ao valor de sexta-feira.
O etanol hidratado, no entanto, manteve valorização pelo quinto dia consecutivo, de acordo com o Indicador Diário Paulínia. O biocombustível foi negociado a R$ 2.708,00 por metro cúbico, aumento de 0,17% em comparação com o fechamento anterior.
Fonte: portaldoagronegocio