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Agronegócio

Como a inteligência artificial está revolucionando o mapeamento de espécies florestais

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Uma nova metodologia desenvolvida pela Embrapa, denominada Netflora, está revolucionando o mapeamento de espécies florestais na Amazônia ao utilizar algoritmos treinados com inteligência artificial (IA). Baseado em características botânicas registradas em um banco de dados, o sistema identifica árvores de interesse comercial, como castanheiras, cumaru-ferro, açaí e cedro, com 95% de precisão. Esse avanço permite localizar as espécies com exatidão, reduzir custos de produção e favorecer a sustentabilidade no manejo florestal.

Tecnologia acessível e redução de custos

De acordo com Evandro Orfanó, pesquisador da Embrapa Acre, o Netflora automatiza o planejamento da atividade florestal, fornecendo informações como diâmetro e área de copa das árvores. Essas métricas permitem estimar o volume de madeira por meio de equações alométricas. A adoção da IA reduz os custos do mapeamento florestal de R$ 100–140 por hectare para apenas R$ 4–6, além de aumentar a capacidade operacional de 10 mil para até 1 milhão de hectares por ano.

A metodologia requer investimento inicial em equipamentos como drones, computadores e estrutura adequada, mas o custo é rapidamente compensado pela eficiência alcançada.

Resultados validados e expansão da base de dados

O desenvolvimento do Netflora incluiu o mapeamento de 40 mil hectares em 37 áreas na Amazônia. Com o uso de drones, mais de 300 mil imagens aéreas foram capturadas e transformadas em ortofotos de alta resolução. Nove algoritmos foram treinados para reconhecer diferentes espécies florestais. O objetivo é expandir o projeto para 80 mil hectares e incluir novas áreas de interesse comercial.

Lançamento e aplicações práticas

As duas primeiras versões dos algoritmos serão lançadas em abril de 2024, no aniversário de 51 anos da Embrapa. Elas identificam o açaí solteiro e nove outras espécies de palmeiras amazônicas. Até fevereiro de 2025, serão disponibilizados mais sete algoritmos voltados para espécies madeireiras e não madeireiras, além de sistemas agroflorestais.

A metodologia está disponível gratuitamente no GitHub e será acompanhada de um curso prático na plataforma e-Campo, permitindo sua utilização por empresas florestais, instituições de ensino e órgãos ambientais.

Potencial de transformação na gestão florestal

Além de inventários florestais, o Netflora pode ajudar na estimativa de produção, no planejamento de manejo sustentável e na avaliação de impactos climáticos. Andréia Azevedo, diretora do Fundo JBS pela Amazônia, destaca que a tecnologia melhora a gestão do manejo florestal e reduz impactos ambientais.

Entre os avanços, está o algoritmo para castanha-do-brasil, que já alcança até 95% de precisão. O sistema identifica alterações sazonais nas copas das árvores, contribuindo para a produtividade extrativista e a exploração sustentável.

A inovação do Netflora promete transformar o manejo florestal, tornando-o mais produtivo, econômico e sustentável, enquanto promove a conservação da biodiversidade amazônica.

Fonte: portaldoagronegocio

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