Para quem, como o Brasil, tem na China seu maior mercado externo para a carne de frango, as notícias não são muito boas: as importações chinesas, que já vêm em queda em 2024, tendem a manter o mesmo comportamento no ano que vem. Pelas projeções atuais, o volume importado pode recuar 60% em relação a 2023.
Ressalve-se que nesses indicadores não estão inclusos pés/patas de frango, dos quais a China é grande importadora. Mas este item também está em queda – apontou a equipe do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) atuante em território chinês.
Conforme o USDA, a produção própria chinesa tende a aumentar pelo menos 2% em 2025, a despeito de o país ter reduzido a importação de material genético. Em anos anteriores, a menor disponibilidade de material genético importado afetou a produção chinesa. Mas agora – explica o USDA – o melhoramento genético interno vem evoluindo e a produção local passa a depender menos das importações.
O efeito combinado do aumento da produção e do menor consumo interno (em decorrência da recuperação da produção de carne suína) resulta em menor necessidade de importação de carne de frango. E o previsto para este ano é uma queda de 40% (no 1º semestre o volume exportado pelo Brasil para a China recuou quase 30%), redução que no ano que vem deve ficar em 33%. Isto se confirmando, o volume importado pela China em 2025 corresponderá a menos de 40% do registrado em 2023.
Na direção oposta, as exportações chinesas aumentam significativamente: o previsto para 2024 é um aumento de quase 20%, mas no 1º semestre aumentaram em torno de 38%, atingindo volume recorde nos últimos 10 anos. Japão e Rússia são os principais destinos da carne de frango exportada pela China. Mas (novamente, dados do 1º semestre) enquanto o volume destinado ao Japão aproximou-se das 90 mil toneladas, o destinado à Rússia não chegou a 30 mil toneladas.
Como corolário, a disponibilidade interna em 2024 tende a um recuo anual próximo de 1,5% e a uma recuperação de quase 1% no ano que vem. Ainda assim, o volume disponível internamente em 2025 pode permanecer cerca de meio por cento aquém do registrado em 2023.
Detalhe quase despercebido: pelas atuais projeções do USDA, a produção chinesa de carne de frango volta a se aproximar da produção brasileira que, pelos dados da ABPA, foi de 14,833 milhões de toneladas em 2023, tende a chegar a 15,1 milhões de toneladas em 2024 e apresenta perspectivas iniciais de até 15,350 milhões de toneladas em 2025.
Fonte: portaldoagronegocio