A cada safra, o Brasil aumenta a produção no campo batendo recordes consecutivos, principalmente no cultivo de grãos. Entretanto, manter essa média tão alta nos próximos anos, sem precisar abrir novas áreas, será o maior desafio dos agricultores. Para impulsionar o ganho de produtividade de forma sustentável, algumas ferramentas serão importantes. A principal delas é a biotecnologia, que cada vez mais impulsiona e facilita a adoção da agricultura regenerativa.
Outra aliada será a inteligência artificial que conectada com a Internet das Coisas (IoT) na obtenção de informação no campo, auxiliará na tomada de decisão mais assertiva com base na coleta de dados em tempo real da lavoura. Na vanguarda desse movimento, está a Superbac, pioneira no mercado brasileiro de soluções em biotecnologia. A empresa que em 2022 investiu R$ 17,3 milhões em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I), destaca-se por ter por uma estrutura robusta, referência no cenário nacional.
Em Mandaguari (PR), em uma área de mais de 400 mil m², está alocado o Superbac Innovation Center, que inclui a biofábrica, o centro de pesquisa e a fazenda experimental, onde é testada a eficácia das soluções agronômicas. Somente a biofábrica – uma das mais modernas da América Latina, contempla três linhas independentes, em que diferentes microrganismos podem ser multiplicados ao mesmo tempo – o que só é possível devido ao elevado padrão sanitário que impede contaminações.
No local, podem ser adotadas estratégias de fermentação focadas na produção em grande escala de biomassa, na obtenção de biomoléculas ou até na conversão biotecnológica de componentes de interesse. Complementa essa estrutura uma fábrica de formulação de biosoluções, localizada em Cotia (SP), e duas fábricas de fertilizantes biotecnológicos. Já a sede da companhia fica na capital paulista.
Toda essa estrutura conta com uma equipe capacitada, que inclui doutores, mestres e especialistas, somando 70 pesquisadores dedicados exclusivamente a encontrar a melhor solução em bioinovação. Segundo Giuliano Pauli, diretor de inovação da companhia, toda a base tecnológica da empresa está pautada no Databac (plataforma de informações biológicas) e no SmartData, que é uma das maiores bibliotecas de microrganismos da América Latina. “Esse importante banco de dados envolve toda a prospecção e entendimento da biodiversidade brasileira, juntamente com a correlação do microbioma com as características química e física das amostras das quais as bactérias e fungos foram isoladas para a construção dessa base de dados”, destaca.
Essa base com mais de 3.300 bactérias, que são estudadas diariamente e geram uma infinidade de dados, dificulta cada vez mais a obtenção de informação de qualidade por pessoas. Por isso, a empresa também tem investido em Inteligência artificial. “Tão grande é hoje a quantidade de dados gerados, fica complexo para as pessoas obterem informações de qualidade, por isso há dois anos temos projetos de aprendizagem de máquinas e inteligência artificial para nos auxiliar na obtenção de informações relevantes que subsidiem uma tomada de decisão mais assertiva”, diz Pauli.
Ainda segundo o diretor de inovação, o Brasil detém a maior biodiversidade do mundo e isso traz uma vantagem competitiva para a Superbac e ajuda a entender e desenvolver soluções dentro de um contexto de biodiversidade que não tem comparativo em nenhum outro lugar do planeta. Ao mesmo tempo, a busca por soluções biológicas pela classe produtora tem crescido e traz uma maior velocidade na adoção de novas tecnologias pelo mercado.
“Por isso todos os nossos projetos são criados para resolver dores legítimas do mercado e dos nossos clientes. São soluções que agregam valor e vão solucionar problemas. Como atuamos em diversos segmentos conseguimos ter essa visão muito mais científica e criteriosa do desenvolvimento da biotecnologia”, acrescenta o profissional.
Outro diferencial da Superbac é a inovação aberta, e com o objetivo de dar a velocidade necessária nesse novo ecossistema a empresa realiza parcerias com universidades, centros de pesquisa e instituições renomadas. “Acreditamos que sozinho ninguém é bom o suficiente para transacionar com a velocidade que hoje é requerida pelo mercado, por isso, buscamos os melhores parceiros para nos ajudar nessa jornada”, acrescenta Pauli.
Desafios a superar
É nítido que o Brasil tem um enorme potencial para desenvolver biotecnologia de vanguarda dentro e fora do agronegócio, mas segundo Celso Santi Junior, biólogo com mestrado e doutorado em biotecnologia industrial e gerente de P&D da Superbac, é preciso ser prudente com o lançamento de novas soluções, considerando as peculiaridades regulatórias desde o início do projeto. “Isso porque a biotecnologia ainda é algo novo no País, e o processo regulatório por vezes não têm todas as diretrizes bem definidas”, diz.
Mas, a boa notícia é que esse impasse tende a melhorar, isso porque, segundo o biólogo, já há um movimento tanto por parte das empresas quanto por parte do próprio governo, em esclarecer os requisitos regulatórios para a produção de bioinsumos. Ou seja, criar critérios de qualidade e especificações. Afinal, isso ficando claro, otimiza-se toda a parte de registo.
“Temos muitas ideias e produtos a serem desenvolvidos, mas como focamos esforços em inovação de ponta, criando novos segmentos e soluções únicas, o caminho regulatório pode não ser tão claro. Ressalta-se a importância dentro da empresa de contar com uma equipe multidisciplinar qualificada em que a questão regulatória, assim como marketing e a área técnica, é considerada desde o início do desenvolvimento de novas tecnologias pela Superbac”, completa Santi Junior.
Fonte: portaldoagronegocio