A colheita da safra 2024/25 de soja teve início na Bahia, trazendo boas expectativas para os produtores. Até o momento, aproximadamente 35 mil hectares, o que corresponde a 1,5% da área total de 2,1 milhões de hectares, já foram colhidos. Além dos volumes esperados, os agricultores baianos colhem os frutos de um trabalho pautado pela eficiência tecnológica, pelo uso responsável dos recursos naturais e pelo fortalecimento das estratégias fitossanitárias. Atualmente, a soja ocupa 66,7% da área cultivada no estado.
A colheita ocorre em ritmo semelhante ao do ano passado, com uma previsão de intensificação nos próximos dias. De acordo com Moisés Schimdt, presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), a área plantada cresceu 8%, tanto em sistemas de cultivo irrigado quanto sequeiro. Além disso, as condições climáticas mais favoráveis permitem uma produtividade média estimada em 67 sacas por hectare, o que reflete a competência dos produtores e o apoio técnico aplicado no campo.
O plantio teve início entre 25 de setembro e 7 de outubro de 2024, com autorização excepcional da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) para antecipação da semeadura em 111 mil hectares. Os demais produtores seguiram o calendário, concluindo a semeadura até 31 de dezembro.
Rigor Fitossanitário: Pilar de Sucesso da Soja Baiana
A sanidade das lavouras tem sido fundamental para o sucesso da soja na Bahia. A colaboração entre a Aiba, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e outras entidades do setor tem sido essencial para o controle de pragas e doenças, com destaque para o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS). A aplicação criteriosa de fungicidas e o monitoramento constante são estratégias-chave para mitigar os riscos de resistência da doença.
Desde a safra 2016/17, o Programa Fitossanitário tem sido executado com acompanhamento técnico rigoroso, promovendo o manejo integrado de pragas e fiscalizações periódicas. Essas ações não apenas garantem a produtividade da soja, mas também a sustentabilidade das culturas subsequentes.
Luiz Carlos Bergamaschi, vice-presidente da Aiba, destaca que o monitoramento constante da ferrugem asiática e de outras pragas não revelou registros da doença nas lavouras até o momento. O sucesso dessa abordagem preventiva reflete o esforço conjunto da Aiba, Abapa e Adab para manter os altos índices de produtividade.
Parceria entre Governo e Produtores Assegura Qualidade e Expansão da Safra
Walisson Tum, secretário de Agricultura da Bahia, reforça a importância da parceria entre o governo e os produtores para garantir a sanidade das lavouras. Ele ressalta que a colaboração entre a Adab, a Secretaria de Agricultura (Seagri) e os produtores tem sido fundamental para a expansão da soja no estado, garantindo que a produção atenda aos mais altos padrões de fitossanidade e seja apta para exportação a diversos mercados globais.
Cláudia Godoy, pesquisadora da Embrapa Soja, também reconhece a Bahia como referência no controle fitossanitário. Ela elogia a organização dos produtores baianos e sua rápida adoção de novas tecnologias, como o uso ampliado de fungicidas multissítios no manejo da resistência e a constante análise de estratégias como a janela de semeadura.
Apesar dos desafios climáticos, como os efeitos do El Niño e La Niña, a Bahia tem demonstrado sucesso na manutenção de lavouras saudáveis e produtivas. O controle rigoroso das doenças e a eficácia das estratégias fitossanitárias têm sido essenciais para garantir bons resultados, consolidando o estado como um exemplo de inovação e sanidade no cultivo da soja.
Fonte: portaldoagronegocio