A colheita da safra de inverno de 2024 teve início nas regiões mais quentes do Rio Grande do Sul, especialmente nas Missões e na fronteira, apresentando resultados variados. Essa avaliação foi feita por Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), que expressou preocupação em relação às chuvas, que nesta época do ano podem ser prejudiciais.
Conforme Pires, ainda não é possível determinar se a qualidade do trigo será excelente ou se os produtores enfrentarão riscos, uma vez que isso depende das condições climáticas. “Existe um bom potencial de produção, e os agricultores que, mesmo com a redução da área cultivada, investiram na cultura do trigo, realizaram um trabalho exemplar, utilizando tecnologia de ponta. Temos muitos novos materiais sendo cultivados no Rio Grande do Sul, o que é importante, pois, além de aumentar a produtividade, também melhora a qualidade”, observa.
O presidente da FecoAgro/RS destaca a ansiedade entre os produtores, especialmente em função da safra frustrada do Paraná, com o Rio Grande do Sul se apresentando como uma alternativa para atender a esse mercado, desde que a qualidade seja mantida. “Os custos de produção estão altos e o preço do trigo não é tão atrativo quanto em outros momentos, o que impacta diretamente nos resultados dos produtores. Nesse contexto, se inicia esta importante safra de trigo no Estado”, ressalta.
Outro aspecto destacado por Pires é a safra de canola, que também já teve início no Rio Grande do Sul e apresentou um aumento significativo na área plantada este ano. “Assim como o trigo e outras culturas de inverno, a canola oferece uma possibilidade de renda para o produtor, embora de maneira limitada. Até o momento, as produtividades têm sido bastante variadas e este não tem sido um ano excepcional para a produtividade, dependendo muito do tempo de plantio e colheita”, observa.
O presidente da FecoAgro/RS enfatiza que esses são dois temas cruciais relacionados às culturas de inverno no Estado, lembrando que a agricultura gaúcha enfrenta um momento desafiador, devido à estiagem anterior e às chuvas intensas deste ano, que afetaram especialmente as culturas de verão. “É essencial para o produtor garantir uma boa colheita de inverno, mesmo que os preços não sejam tão convidativos, pois essa safra ainda representa uma fonte de renda significativa para as propriedades”, frisa.
Pires conclui que o cenário de produção de inverno e verão diferencia o Rio Grande do Sul de outras regiões do país, que normalmente têm duas safras de verão e raramente cultivam culturas de inverno, a não ser que sejam irrigadas. “Portanto, é fundamental que torçamos por uma boa safra e, principalmente, por um resultado econômico favorável para nossos produtores e suas cooperativas”, finaliza.
Fonte: portaldoagronegocio