Com o tema “Sistema halal de produção de frango de corte”, o auditor religioso da CDIAL Halal, Sheikh Yuri Ansare, será um dos palestrantes do II Workshop de Produção e Nutrição de Aves e Suínos: Uma Visão para o Futuro, realizado pela Nupensa (Núcleo de Pesquisa em Nutrição de Suínos e Aves), nos dias 8 e 9 de novembro, na Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG). O evento reunirá estudantes e profissionais das áreas de zootecnia, agronomia, medicina veterinária e agronegócios, entre outras.
O debate que acontece no dia 8 de novembro irá propor esclarecimentos acerca das informações do processo de produção do frango halal e todos os trâmites que devem ser seguidos para que o produto atenda a jurisprudência da religião islâmica.
“O Brasil mostrou aos países árabes a competência na produção de carne de frango de qualidade e segura para o consumo da população muçulmana. E esse caminho proporcionou uma relação comercial sólida e de confiança entre os dois países”, explica o Sheikh Yuri. E completa: “O mercado halal continua promissor às empresas brasileiras, mas estas devem estar em conformidade com as práticas halal, por isso a importância de eventos como esse para disseminar e esclarecer como é possível estar em conformidade para atender a este mercado”.
Exportações
O Brasil é o maior exportador de carne de frango halal do mundo. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entre janeiro a outubro deste ano, o Brasil exportou 4,060 milhões de toneladas de carne de frango, 5,1% a mais que no mesmo período do ano passado. A receita foi de US$ 8,195 bilhões, aumento de 29,3%. Entre os principais destinos da carne de frango brasileira, estão os Emirados Árabes Unidos, com 377,3 mil toneladas, aumento de 22,9% em relação a 2021.
Certificação halal
O processo de certificação halal analisa toda a cadeia, como a matéria-prima, insumos, transporte e armazenamento, para garantir, dentre outras coisas, que não haja contaminação cruzada com produtos ilícitos, como a carne suína.
Quando se fala em carne de frango halal, estão envolvidos muitos processos e não apenas o tradicional e já conhecido abate halal. Toda a cadeia produtiva precisa seguir a jurisprudência da religião islâmica, para que este produto possa estar apto a ser comercializado nesses países.
O normativo halal contempla desde a criação do animal, passando por todas as etapas de produção até o transporte do produto. Um dos principais pontos avaliados pela certificação ainda na granja é o bem-estar animal, que envolve, dentre outros, a manutenção dos animais em temperatura adequada, se a vacinação está em dia, e se as boas práticas exigidas pelo MAPA estão sendo seguidas.
Além disso, há um ponto muito importante exigido por alguns países árabes, como a Arábia Saudita, no que se refere à ração. O frango halal, desde o nascimento até o momento do abate, deve se alimentar de ração verde, ou seja, aquela que, em sua composição, não contenha nenhum produto de origem animal.
Já no frigorífico, há determinações específicas halal, além dos demais processos de boas práticas brasileiras que devem ser atendidos. Quando se trata da embalagem, o halal determina que todas as informações sobre o produto estejam escritas em árabe na embalagem, assim como deve estar impresso o selo halal.
Em relação ao armazenamento, é preciso verificar se é realizado corretamente, ou seja, em câmaras frigoríficas ou espaços destinados exclusivamente a produtos halal.
Após sair da indústria, o ideal é de que seja realizado um transporte exclusivo para produtos halal, além de atentar-se também à temperatura de armazenagem, deslocamento, a limpeza dos contêineres e o tempo de carregamento dos produtos.
Fonte: portaldoagronegocio