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A gigante global de commodities Cargill comunicou, na terça-feira (3), que pretende cortar cerca de 5% de sua força de trabalho, o que representa aproximadamente 8.000 empregos. A medida ocorre após uma queda nas receitas da empresa durante o último ano fiscal, impulsionada pela diminuição dos preços das safas que chegaram a níveis mais baixos dos últimos anos.
A Cargill, que negocia commodities como trigo, milho e soja, tem enfrentado dificuldades devido à queda generalizada nos preços dessas matérias-primas, que atingiram patamares próximos aos de quatro anos atrás, além da diminuição das margens de processamento. Em um memorando revisado pela Reuters, o presidente e CEO da companhia, Brian Sikes, detalhou que as demissões serão concentradas ainda este ano.
Segundo Sikes, as mudanças organizacionais visam simplificar a estrutura interna, eliminar camadas hierárquicas, expandir as responsabilidades de gerentes e reduzir a duplicação de funções. “Infelizmente, isso resulta em uma redução global de nossa força de trabalho em cerca de 5%”, afirmou o executivo. A Cargill, com sede em Minnesota, conta com mais de 160.000 colaboradores, e a redução afetará cerca de 8.000 postos de trabalho.
A companhia não divulga relatórios trimestrais de lucros, mas, de acordo com o memorando de agosto, menos de um terço de seus negócios alcançou as metas de lucro previstas no último ano fiscal. A empresa reportou receita de US$ 160 bilhões em seu ano fiscal de 2024, uma queda em relação ao recorde de US$ 177 bilhões do ano anterior.
Sikes também destacou que os impactos nas operações e nas equipes de linha de frente serão minimizados, com o objetivo de continuar atendendo seus clientes. Além disso, a Cargill já havia anunciado em agosto a necessidade de mudanças estruturais para simplificar suas operações, com a fusão de unidades de negócios de cinco para três como parte de sua estratégia até 2030.
Em 9 de dezembro, a Cargill realizará uma reunião para oferecer mais informações sobre a reestruturação, e, ainda esta semana, as equipes em países onde as mudanças podem ser comunicadas imediatamente serão convocadas para explicar os próximos passos.
O corte de empregos da Cargill ocorre no contexto de desafios enfrentados por outras grandes empresas do setor, como a Archer-Daniels-Midland (ADM), que está lidando com irregularidades contábeis e lucros mais fracos, e a Bunge Global, que aguarda concluir a aquisição da Viterra até o início de 2025.
Fonte: portaldoagronegocio