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Agronegócio

Café Arábica atinge patamar de 230 centavos em Nova York sob pressão do mercado financeiro

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Após alcançar 255,30 centavos de dólar por libra-peso em 11 de julho, devido, entre outros fatores, a revisões para baixo na safra brasileira, o café arábica na Bolsa de Nova York recuou. Nesta semana, o mercado testou o nível de 230 centavos, refletindo sinais de exaustão no movimento de alta e mudanças no comportamento dos operadores, como explica Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado.

“O avanço da colheita no Brasil e o aumento da oferta disponível de arábica foram catalisadores para as quedas. Contudo, o principal fator é financeiro. A valorização do dólar, especialmente em relação às moedas emergentes, exerce uma pressão negativa sobre os preços”, analisa Barabach. Ele acrescenta que essa tendência se intensificou com a queda nos preços do petróleo, estimulando uma desvalorização do café à medida que importantes níveis de suporte foram rompidos, acionando novas ordens de venda.

Barabach destaca que, no âmbito financeiro, a valorização do dólar, não apenas frente ao real brasileiro, mas também ao peso colombiano, tem impactado negativamente os preços do café arábica em Nova York e do café robusta em Londres. “O mercado cambial reflete expectativas de desaceleração econômica nos EUA e na China, além de uma previsão de crescimento global mais modesto. O mercado aguarda os dados de inflação dos EUA, que, se positivos, podem levar o Fed a iniciar um ciclo de corte de juros, reagindo aos sinais preocupantes sobre o desempenho da economia norte-americana,” analisa o consultor. Isso pode beneficiar inicialmente os países emergentes, enquanto no Brasil os operadores permanecem cautelosos, preocupados com o cenário fiscal interno.

A análise pessimista no lado financeiro reforça a ideia de que os preços atingiram um pico, levando os investidores a realizarem lucros. Barabach observa que os fundos de investimento já haviam iniciado esse movimento na semana anterior, reduzindo sua posição líquida comprada em futuros de café na Bolsa de Nova York para cerca de 71 mil contratos, em comparação com 75,4 mil contratos na semana anterior. “A posição líquida comprada ainda é significativa, mas os sinais de enfraquecimento nos preços das commodities estão incentivando a liquidação dessas posições, contribuindo para a queda nos preços”, explica Barabach.

Para o consultor, em resumo, as perdas recentes refletem um realinhamento na curva de preços do café, que estava muito esticada. “Os fundamentos ainda são robustos, especialmente para o café robusta em Londres. A oferta disponível é limitada no Vietnã devido ao avanço da entressafra, e os produtores permanecem cautelosos, considerando a possibilidade de que a próxima safra, a ser colhida no último do ano, seja menor que a atual,” comenta.

Ele acrescenta que, na Indonésia, o fluxo de oferta melhora, mas ainda é controlado, com uma demanda de compra à oferta, o que mantém os preços firmes. “Os baixos estoques nas indústrias geram uma de compras e sustentam os preços, inibindo quedas significativas. Essa situação só deve mudar com uma nova perspectiva produtiva, que pode surgir com a possibilidade de melhora na produção para a temporada 2025/26, que começará a se desenhar com as floradas no Brasil entre setembro e outubro,” conclui Barabach.

Fonte: portaldoagronegocio

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