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A brusone, considerada a doença mais devastadora do arroz, representa uma grave ameaça à produção agrícola em nível global, incluindo o Brasil. Registrada pela primeira vez na China no século XVII, a doença afeta outras culturas, como o trigo, ampliando seu impacto no setor agronômico. No Brasil, a brusone é responsável por perdas de 8% a 14% no peso dos grãos, com índices de espiguetas vazias variando entre 19% e 55%, conforme as condições de cultivo.
Impacto na Produtividade
A brusone compromete todas as partes aéreas da planta de arroz, desde o início do desenvolvimento até a formação dos grãos, causando danos substanciais em folhas, colmos e panículas. As lesões nas folhas reduzem a capacidade fotossintética da planta, resultando em quedas significativas na produtividade. Quando a infecção ocorre nos estádios iniciais de crescimento, as plantas podem sofrer queimaduras severas nas folhas, o que pode levar à morte das plantas afetadas.
Nas panículas, a doença ataca o nó basal, gerando sintomas característicos como o “pescoço quebrado”, que impede a formação dos grãos. Nos casos mais graves, os grãos tornam-se chochos, causando perdas irreparáveis na produção.
Fatores Climáticos e Cultivares Suscetíveis
As condições climáticas são um dos principais fatores que agravam a brusone. A alta umidade e as temperaturas elevadas favorecem o desenvolvimento do fungo Pyricularia oryzae, agente causador da doença. Além disso, o uso de cultivares de arroz mais suscetíveis e a aplicação inadequada de fertilizantes, especialmente o excesso de nitrogênio, aumentam o risco de infecção e perdas no campo.
Estratégias de Controle e Manejo
Embora a brusone não possa ser erradicada por completo, o manejo integrado é essencial para reduzir seus impactos. O uso de cultivares resistentes e a adoção de práticas culturais adequadas, como o plantio uniforme e o preparo correto do solo, são medidas eficazes para combater a doença. Além disso, o uso de fungicidas registrados, tanto no tratamento de sementes quanto na pulverização da parte aérea das plantas, contribui para o controle da infecção.
A utilização de sementes livres de patógenos e uma adubação balanceada também ajudam a prevenir o surgimento da doença. Em áreas de cultivo extensivo, práticas como aração profunda e o plantio a 2 cm de profundidade podem proporcionar benefícios adicionais no manejo da brusone.
Cenário Nacional e Desafios para o Setor
No Brasil, a brusone continua a representar um desafio significativo para a sustentabilidade da cultura do arroz. A combinação de mudanças climáticas e práticas agrícolas inadequadas intensifica os efeitos da doença, exigindo uma abordagem integrada de manejo para garantir a produtividade e a segurança alimentar. A conscientização dos produtores e o uso de tecnologias modernas são essenciais para minimizar os danos causados por essa doença histórica, que continua a ameaçar a produção de arroz no país.
Fonte: portaldoagronegocio