Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, a tensão no Mar Negro, elevando os preços internacionais, e a notícia de novo corte da estimativa de safra na Argentina deram novos argumentos para que os produtores nacionais se colocarem numa posição defensiva.
Além disso, existem os temores de eventuais quebras por excesso de chuva no Paraná na próxima semana. Apesar disso, enquanto o potencial de produção é mantido em mais de 10,5 milhões de toneladas – com ingresso concentrado nos próximos três meses – a indústria segue pressionando.
No Paraná houve reporte a R$ 1.650/tonelada no FOB interior e a ideia média é de R$ 1.700/tonelada posto moinhos. No Rio Grande do Sul a indicação para trigo da safra velha no FOB interior fica entre R$ 1.620 e R$ 1.630 a tonelada.
Revisão de SAFRAS
A produção brasileira de trigo deve totalizar 10,935 milhões de toneladas em 2022. A nova estimativa de SAFRAS & Mercado representa uma elevação ante as 10,5 milhões esperadas anteriormente.
O número foi revisado em 20 de setembro e leva em conta aumento nas expectativas para o Paraná, São Paulo, Goiás e Distrito Federal e para a Bahia. Essa deve ser a maior safra da história, superando o recorde anterior, das 7,745 milhões de toneladas de 2021, em 41,2%.
O Paraná deve ser o segundo maior estado produtor nesta temporada, com 4,2 milhões de toneladas. A expectativa anterior era de 3,9 milhões. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, o avanço da colheita nas regiões oeste e norte e as condições das demais lavouras permitiram elevar a previsão.
Em São Paulo, a projeção foi reajustada de 410 para 440 mil toneladas. Em Goiás/Distrito Federal, o número passou de 220 para 225 mil toneladas. A Bahia teve sua safra projetada em 90 mil toneladas, contra 40 mil anteriormente.