Os reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras têm sido tradicionalmente utilizados para a geração de energia, mas agora também serão explorados para a produção de pescados, uma medida que visa aumentar a oferta de proteína para a população e gerar novos empregos. Com esse objetivo, foi realizado nesta quarta-feira (6) o workshop Desenvolvimento da Aquicultura em Sinergia com o Setor Elétrico, evento promovido por uma parceria entre os Ministérios de Minas e Energia e Pesca e Aquicultura.
A proposta é integrar a geração de energia com a aquicultura sustentável, focando em três pilares: segurança energética, incremento na produção de pescado e geração de empregos. Segundo Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, a meta é utilizar 74 reservatórios para essa finalidade.
Combate à fome e aumento da produção
“Vamos expandir a produção de alimentos nos reservatórios das hidrelétricas, o que representa uma verdadeira transição energética feita de forma justa e inclusiva. Esta ação também é um reflexo da aliança global de combate à fome, que temos fortalecido no G-20”, afirmou Silveira durante a abertura do workshop. O evento contou com a participação de especialistas de instituições públicas, do setor aquícola e da indústria de energia.
Para o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, essa iniciativa está alinhada com as diretrizes da política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e Pesca, da Política Nacional de Energia Elétrica e do Plano de Recuperação de Reservatórios do País. Ele destacou que, além de combater a fome, a aquicultura é um dos setores de proteína animal que mais cresce, com destaque para a piscicultura, especialmente a tilápia brasileira. “Temos também um enorme potencial para a produção de pescados na costa brasileira, com mais de 8 mil quilômetros de litoral”, ressaltou o ministro.
O acordo técnico entre os ministérios também busca ampliar a produção de pescado em diversas formas de preparo, como moqueca, caldeirada e peixe assado, na mesa dos brasileiros.
Durante o workshop, foram discutidos temas como aquicultura em águas da união, licenciamento ambiental para a atividade e o uso de áreas de preservação permanente em reservatórios, além da interação entre a operação das hidrelétricas e as atividades pesqueiras.
Fonte: portaldoagronegocio