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Agronegócio

Brasil mantém liderança global no mercado de açúcar mesmo com safra menor, aponta Cepea

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O Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea) projeta que a safra sucroenergética 2025/26, que se inicia em abril, será impactada por uma moagem de cana menor, mas o Brasil continuará sendo um líder global na produção e exportação de açúcar. Apesar das adversidades climáticas e dos incêndios registrados no ano anterior, o país segue consolidado como principal protagonista no mercado internacional de açúcar.

Desafios Climáticos e Produtividade

O Cepea destaca que as lavouras de cana-de-açúcar foram severamente afetadas pelo clima quente e seco de 2024, além dos incêndios que atingiram a região Centro-Sul do Brasil, especialmente o estado de São Paulo. Essas condições adversas impactam a qualidade e a produtividade das lavouras que serão colhidas entre abril e julho, preocupando os agentes do setor.

“Consultorias e entidades do setor são unânimes em apontar as consequências do clima e das queimadas para a temporada”, afirma o Cepea em nota, ressaltando que o desenvolvimento da lavoura está comprometido, com potenciais efeitos no volume da produção.

Projeção de Moagem e Investimentos

A moagem de cana-de-açúcar na região Centro-Sul para a safra 2025/26 deve ser menor do que o previsto, com estimativas variando entre 581 milhões e 620 milhões de toneladas, abaixo dos 678 milhões de toneladas processados na safra anterior. No entanto, o setor segue otimista quanto aos investimentos, com novos projetos “greenfield” a serem implementados, especialmente no Centro-Oeste.

Em relação à transição energética, o Brasil manterá seu protagonismo, com destaque para a expectativa de que, em 2025, entre em vigor a legislação que aumentará o percentual de mistura de etanol à gasolina de 27,5% para 35%, desde que viável tecnicamente.

Mercado de Açúcar e Perspectivas para 2025

O mercado de açúcar deverá manter-se favorável, com os preços seguindo patamares elevados devido à arbitragem entre os mercados interno e externo. Uma parcela significativa das exportações brasileiras já foi negociada com preços elevados nos últimos meses, o que reforça o cenário positivo para o setor.

A demanda crescente de mercados emergentes, como Paquistão e Indonésia, aliada à baixa reposição dos estoques globais nos últimos dois anos, pode sustentar os preços do açúcar acima de 18 centavos de dólar por libra-peso na ICE Futures. Atualmente, a cotação está em 19,26 centavos.

Além disso, o baixo nível de estoques em relação ao consumo historicamente tem impulsionado os preços, o que deve beneficiar as exportações brasileiras. A continuidade de um câmbio favorável e as tensões comerciais entre potências globais, como EUA e China, podem abrir novas oportunidades tanto para o mercado de açúcar quanto para o etanol.

Conclusão

Embora a safra 2025 enfrente desafios decorrentes de fatores climáticos e da redução na moagem de cana, o Brasil segue consolidado como líder no mercado global de açúcar, com boas perspectivas para as exportações e a adaptação às condições de mercado. O Cepea conclui que, apesar dos obstáculos, a demanda global robusta e a contínua adaptação do setor garantirão a posição do país no topo da produção e exportação de açúcar.

Fonte: portaldoagronegocio

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