Segundo o indicador CEPEA, a penúltima semana do mês fechou com desvalorização de 2,21% quando comparada com a média mensal de dezembro. Partindo para valores, a @ baixou de 292,10 na média mensal para 285,65 reais.
Analisando a linha da demanda, sazonalmente o brasileiro opta por proteínas mais baratas no início de ano por conta do retorno do recesso e início das atividades escolares. Dessa forma, com o mercado interno menos demandado, os compradores de boi conseguem negociar preços menores na matéria-prima resultando nessa desvalorização. Vale ressaltar que as escalas estão em média 10 dias úteis.
No cenário da exportação o mercado aparenta trabalhar na contramão. Os volumes de exportações atingiram uma média de 8,16 mil toneladas diárias, nos cinco primeiros dias úteis deste mês, um volume 15,7% maior do que a média de janeiro de 2022.
Somado a isso, o mercado ficou positivamente surpreendido com a habilitação de 11 novas plantas para negociar e exportar carne bovina para a Indonésia, notícia que injetou muito ânimo aos pecuaristas visto o potencial de compra do país e uma nova alternativa de demanda se o mercado interno seguir patinando.
Dentro desse cenário, o mercado futuro fechou o pregão do dia 20 com valores de 290,20 reais/@ para janeiro, e 296,00 reais/@ para fevereiro e março. Vale ressaltar que antes da notícia sobre a Indonésia o mercado estava operando de lado para os próximos meses, próximo à 279,00 reais.
Para o pecuarista, o início de 2023 demonstra muita cautela na operação, principalmente se for trabalhar com a venda dos animais no mercado spot. Em períodos como esse, ferramentas financeiras podem ser adotadas visando garantir a lucratividade da operação e diminuição da volatilidade do mercado, ou seja, se a conta fechar, trave o preço de venda do seu gado e trabalhe “apenas” na operação do dia-dia para garantir esse lucro no final do ciclo.
Gabriel Porcel Zylberlicht – Inteligência de Mercado da Nutricorp
Fonte: portaldoagronegocio