O blockchain, tecnologia inovadora amplamente conhecida no setor financeiro, tem se consolidado como uma ferramenta valiosa no agronegócio, especialmente no que tange à rastreabilidade dos produtos, desde a produção até o consumo. Sua aplicação no campo permite registrar de forma segura e transparente todas as etapas da cadeia produtiva, aumentando a confiança do consumidor e promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis.
De acordo com um estudo da MarketsandMarkets, os investimentos globais em blockchain para o setor agrícola devem alcançar cerca de US$ 948 milhões até 2025. Para André Carneiro, CEO da BBChain, essa expansão é uma resposta à crescente demanda por sistemas mais eficazes que assegurem a qualidade e a segurança alimentar, além de incentivar a responsabilidade ambiental.
Um exemplo prático dessa transformação são os QR Codes incorporados nas embalagens dos produtos. Ao escanear esses códigos, os consumidores têm acesso a informações detalhadas sobre o processo de cultivo, como o uso de água, fertilizantes e energia, além das emissões de carbono geradas. Esse nível de transparência educa o consumidor e pressiona os produtores a adotar práticas mais sustentáveis. O impacto é duplo: os produtores melhoram a qualidade de seus produtos, e o meio ambiente é preservado.
A rastreabilidade proporcionada pelo blockchain, explica Carneiro, permite monitorar toda a cadeia de produção, desde a semente plantada até o produto final. Isso não só aumenta a confiança do consumidor, mas também facilita a identificação de falhas, como contaminações. Com essa tecnologia, é possível agir rapidamente para localizar as partes responsáveis e minimizar o impacto, protegendo a saúde dos consumidores.
Eficiência e Sustentabilidade
O blockchain também desempenha um papel crucial na redução do desperdício e no aumento da eficiência operacional. Com o acesso a dados em tempo real sobre o movimento dos produtos e as condições de armazenamento, os produtores podem tomar decisões mais precisas sobre colheitas, logística e vendas. Isso ajuda a evitar perdas durante o transporte e o armazenamento, tornando a cadeia produtiva mais eficiente e sustentável.
Além disso, a tecnologia pode transformar a forma como o setor agrícola lida com investimentos, por meio de um conceito chamado propriedade fracionada. Carneiro explica que essa abordagem permite que investidores, especialmente os pequenos, adquiram frações de ativos como sacas de café, sem precisar se preocupar com o armazenamento ou distribuição. A blockchain, nesse caso, torna o processo transparente, seguro e eficiente, abrindo novas oportunidades de investimento e acessibilidade para uma gama maior de investidores.
A tecnologia blockchain, portanto, não apenas aprimora a cadeia produtiva agrícola, mas também contribui para a construção de um sistema alimentar mais justo e responsável, beneficiando toda a sociedade.
Fonte: portaldoagronegocio
