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Agronegócio

Biocombustíveis para Aviação e Navegação: Sucesso nos Projetos do BNDES

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A procura por recursos destinados ao desenvolvimento de biorrefinarias no Brasil superou amplamente as expectativas do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em entrevista à Coluna do Broadcast, José Luís Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do banco, revelou que a demanda para projetos voltados a biocombustíveis, como o Combustível de Aviação (SAF) e o “bunker verde” para navegação, chegou a quase 30 vezes o valor inicialmente previsto pela chamada pública do BNDES e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Com um orçamento inicial de R$ 6 bilhões para o , com recursos igualmente distribuídos entre o BNDES e a Finep e com a oferta de taxas diferenciadas, a demanda atingiu R$ 167 bilhões, distribuídos em 76 projetos. Desses, 43 propostas visam à produção de combustíveis para aviação, somando R$ 120 bilhões, e 33 propostas, que representam R$ 47 bilhões, têm foco no desenvolvimento de combustíveis para navegação. O próximo passo do banco será avaliar os projetos e decidir, até o final do ano, quais serão elegíveis e quais instrumentos de financiamento serão aplicados.

José Luís Gordon destacou que, com o volume de demanda, será necessário um processo de depuração para identificar as propostas mais viáveis e buscar soluções financeiras adequadas. “Imaginamos que o valor final será superior a R$ 6 bilhões, mas isso demonstra claramente o enorme potencial do Brasil nesse setor”, afirmou. Ele também ressaltou o interesse crescente de empresas multinacionais no Brasil, atraídas pela chamada pública, além de investimentos antecipados por parte de outras companhias. “A existência de recursos com a Taxa Referencial para inovação, o Fundo Clima e os recursos não reembolsáveis da Finep são fundamentais para deslocar os investimentos para essa agenda”, completou Gordon.

Empresas Tendem a Se Associar para Desenvolver Projetos

De acordo com o diretor, o custo de uma planta de SAF gira em torno de US$ 1 bilhão, e a tendência é que as empresas se unam para viabilizar o desenvolvimento dos projetos. Importante destacar que a chamada pública não especificou a tecnologia a ser utilizada, o que permitiu a apresentação de uma de soluções, incluindo etanol, biometano e outras tecnologias inovadoras. Gordon explicou que, após a análise das propostas, o BNDES poderá buscar parcerias com outros bancos ou captar recursos para apoiar os projetos. “O objetivo é construir as soluções financeiras necessárias para apoiar o maior número possível de bons projetos. Queremos tornar o Brasil uma referência global na produção de SAF e combustível para navegação”, afirmou.

Brasil Pode Liderar Produção de Biocombustíveis para Aviação e Navegação

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, enfatizou que a quantidade e a qualidade das propostas recebidas demonstram que o Brasil tem todas as condições para se tornar líder global na produção de biocombustíveis sustentáveis para aviação e navegação. Mercadante observou que, globalmente, esses dois setores respondem por cerca de 5% das emissões de CO2, e os biocombustíveis podem reduzir essas emissões em até 94%.

Adoção Gradual Até 2050

A adoção de SAF e combustíveis sustentáveis para navegação será gradual, conforme as regulamentações internacionais. A partir de 2024, a União Europeia exigirá o uso de 2% de SAF em aeronaves que decolarem de seus aeroportos, com o objetivo de aumentar a adição para 5% até 2030 e atingir 63% em 2050. Por sua vez, a Organização Marítima Internacional (IMO) estabeleceu metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 50% até 2050, com base nos níveis de 2008, utilizando biodiesel, diesel verde (HVO), etanol, biometano, entre outros combustíveis sustentáveis.

Fonte: portaldoagronegocio

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