A aviação agrícola tem se consolidado como uma tecnologia estratégica para o aumento da produtividade no campo, desempenhando um papel crucial na produção de alimentos, fibras, biocombustíveis e grãos no Brasil. Em 2021, o setor registrou um crescimento de 3,4%, alcançando a marca de 2.432 aeronaves, sendo 2.409 aviões e 23 helicópteros, conforme dados recentes. Mato Grosso (MT) lidera o uso dessa tecnologia, seguido por Rio Grande do Sul (RS), São Paulo (SP) e Goiás (GO), conforme informações divulgadas pelo agrônomo Alasse Oliveira no Blog da Aegro.
Nos campos de pastagem, a semeadura de espécies como braquiária, azevém, aveia e trevo se dá de forma rápida e uniforme, destacando a eficiência das aeronaves. A agilidade na aplicação também é crucial para o controle de pragas, permitindo que o trabalho seja realizado em poucas horas, enquanto máquinas terrestres precisariam de dias para percorrer a mesma área. Além da pulverização, a aviação agrícola é utilizada para inspeções, mapeamentos, sensoriamento remoto, adubação e controle de doenças e ervas daninhas, garantindo maior eficiência no manejo agrícola e reduzindo perdas.
De acordo com o levantamento, a soja é a cultura mais beneficiada pela aviação agrícola, com 8,1 milhões de hectares atendidos por essa tecnologia. Outras culturas que se destacam incluem cana-de-açúcar, milho, arroz, algodão e laranja, somando 13,6 milhões de hectares no Brasil. No segmento de pulverização, a soja também lidera, com 41 milhões de hectares tratados, seguida pela cana-de-açúcar (12,5 milhões) e milho (7 milhões).
Um dos principais diferenciais da aviação agrícola é sua capacidade de operar em condições climáticas adversas, como solos molhados após chuvas ou irrigação, situações em que as máquinas terrestres enfrentam dificuldades. Além disso, o uso de aeronaves evita a compactação do solo e a disseminação de pragas e doenças, problemas comuns com equipamentos terrestres. Um avião é capaz de pulverizar até 90 hectares por hora, enquanto um trator cobre apenas 25 hectares no mesmo período. Essa agilidade contribui para a redução de custos com mão de obra, aluguel de maquinário e consumo de combustível, tornando o processo mais sustentável e econômico, como apontado pelo agrônomo.
Fonte: portaldoagronegocio