Na tarde de quinta-feira (5), uma equipe de extensionistas do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) participou da apresentação de uma pesquisa inovadora sobre o balanço de gases de efeito estufa na produção de arroz irrigado no Rio Grande do Sul. O evento, realizado na sede administrativa do Irga, no bairro Navegantes, em Porto Alegre, marcou a conclusão de um estudo colaborativo entre a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação e a autarquia de orizicultores.
O pesquisador Jackson Brilhante, coordenador do Comitê Gestor do Plano ABC+ RS, foi o responsável pela apresentação dos resultados. “A pesquisa envolveu a aplicação de um questionário sobre o manejo do solo na lavoura de arroz, com o objetivo de gerar indicadores de eficiência produtiva, aprimorar o selo ambiental e identificar oportunidades de melhoria nos sistemas de cultivo”, explicou Brilhante.
Cerca de 160 produtores de diferentes regiões do Estado participaram do estudo. Segundo Brilhante, os resultados indicam que os produtores que adotaram o preparo antecipado do solo obtiveram os melhores índices de redução de emissões de gases de efeito estufa e mantiveram uma boa produtividade. “Observamos que as tecnologias voltadas para a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) também contribuem para maiores produtividades na produção de arroz”, acrescentou.
Brilhante adiantou que o estudo, realizado como um piloto, focou exclusivamente nas emissões relacionadas ao manejo. “Para a próxima safra, planejamos repetir a pesquisa e incluir a avaliação do carbono no solo, para obter uma estimativa mais precisa do balanço de gases de efeito estufa na lavoura de arroz”, destacou.
A pesquisadora do Irga, Mara Grohs, especialista em balanço de gases de efeito estufa em sistemas de produção de terras baixas, elogiou a iniciativa. “Embora já soubéssemos que muitos produtores utilizam práticas mitigadoras, como o preparo antecipado do solo, este projeto fornece uma ferramenta adicional para gerar informações sobre a produção de arroz no Brasil”, comentou Grohs. Ela ressaltou a importância da pesquisa para avaliar a adoção dessas práticas entre os agricultores e para fortalecer o posicionamento do Rio Grande do Sul no mercado internacional, especialmente considerando a alta vulnerabilidade climática da região. “Práticas de manejo que aumentam a resiliência do sistema de produção são essenciais para enfrentar desafios climáticos”, concluiu.
Fonte: portaldoagronegocio