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Agronegócio

Aumento nos Preços do Café: Tendências em NY, Londres e Brasil diante de Preocupações com Oferta

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Durante esta semana, observou-se um aumento significativo nos preços do café nas bolsas internacionais, com o arábica em York (ICE Futures US) e o robusta em Londres, que servem como referência para o mercado . No Brasil, o mercado físico também acompanhou essa tendência de alta, proporcionando ganhos aos produtores e refletindo os movimentos externos.

Segundo Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado, “as preocupações com as safras do Vietnã e do Brasil são o principal motor por trás desse aumento”. No caso do Vietnã, as chuvas irregulares, especialmente na região central, continuam gerando preocupações em relação ao desenvolvimento das lavouras após a ção. As primeiras projeções já estão surgindo, reforçando o pessimismo sobre a produção, com a Volcafé prevendo uma safra de café robusta de 24 milhões de sacas em 2024/25, o menor nível em 13 anos, devido aos danos causados pela seca.

Barabach destaca que os ganhos no mercado de robusta influenciaram os aumentos no arábica em NY. Ele observa uma expectativa de aumento na produção na Indonésia, com projeções do USDA indicando uma safra de 10,90 milhões de sacas, sendo 9,5 milhões de robusta e 1,4 milhão de arábica. Enquanto a produção de arábica deve permanecer estável, a de robusta deve crescer 41,6%, um aumento de 3,2 milhões de sacas, o que ajuda a compensar as perdas no Vietnã.

Quanto ao Brasil, Barabach menciona que as primeiras avaliações sobre a safra não apenas discutem sua magnitude, mas também a qualidade do café de 2024. Ele observa atrasos na colheita de conilon e rendimentos abaixo do esperado, o que pode influenciar na revisão dos números da safra. Além disso, a colheita de arábica indica grãos menores, gerando preocupações sobre o perfil da safra. Ele ressalta que é necessário esperar mais avanços na colheita para ter uma visão mais precisa.

Outro fator relevante é a chegada da primeira de ar polar no Brasil, que deve reduzir as temperaturas a partir do próximo fim de semana, especialmente no Sul, São Paulo e Minas Gerais, incluindo o Sul de Minas. Embora o risco de geada seja baixo por enquanto, essa ocorrência serve como um alerta para a temporada de frio que se aproxima, especialmente com a transição para o fenômeno La Niña, que tende a facilitar a chegada de massas de ar polar às regiões produtoras de café do Brasil.

Apesar da entrada da nova safra no mercado, os preços do café em NY aumentaram, contradizendo expectativas. Barabach observa que, além dos atrasos na colheita, a oferta atual de conilon está sendo direcionada quase integralmente para contratos de exportação, não estando disponível nos mercados locais, reforçando a percepção de escassez. Quanto ao arábica, a proporção da safra colhida até agora é limitada, prevendo-se um impacto maior no mercado a partir de junho.

Na Bolsa de Nova York, o contrato para julho registrou um aumento de 9,0% entre 16 e 23 de maio, passando de 197,90 para 215,65 centavos de dólar por libra-peso. Em Londres, no mesmo período, o contrato para julho teve uma alta de 11,7%.

No mercado físico brasileiro, os produtores, que aproveitaram as altas de abril para vender mais, agora estão mais cautelosos. Os compradores também estão aguardando maior disponibilidade da nova safra.

Os preços do café arábica de boa qualidade no Sul de Minas Gerais subiram nos últimos sete dias, passando de R$ 1.120,00 para R$ 1.225,00 a saca na base de compra, um aumento de 9,4%. Enquanto isso, o conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, no mesmo período, avançou de R$ 945,00 para R$ 1.050,00 a saca, um aumento de 11,1%.

Fonte: portaldoagronegocio

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