Nesta segunda-feira (24), os preços da soja registraram uma alta significativa na Bolsa de Chicago, refletindo a apreensão do mercado com as condições climáticas adversas no Corn Belt. Às 7h35 (horário de Brasília), os contratos futuros mais negociados da oleaginosa apresentavam ganhos de 3 a 7,25 pontos. O contrato de julho estava cotado a US$ 11,67 por bushel, enquanto o contrato de novembro, referência para a safra americana, era negociado a US$ 11,23 por bushel. Houve também um aumento nos preços do farelo de soja, enquanto o óleo de soja sofreu uma leve queda.
O clima no Meio-Oeste dos Estados Unidos continua a ser o principal fator de influência no mercado de grãos. “O final de semana foi marcado por enchentes no norte do Corn Belt, incluindo o norte de Iowa, sul de Minnesota e Wisconsin, com tempo seco nos estados do leste”, afirmou Ginaldo Sousa, diretor geral da consultoria Labhoro. Ele acrescentou que, na semana passada, já houve uma redução significativa nas condições das lavouras em estados importantes como Illinois, Ohio, Dakota do Sul, Wisconsin e Michigan. Espera-se que o relatório do USDA, a ser divulgado às 17h de hoje, mostre novas reduções nas condições das lavouras desses estados.
Na semana anterior, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos reportou que 70% das lavouras de soja estavam em boas ou excelentes condições, uma queda em relação aos 72% registrados na semana anterior. Em Illinois, o maior estado produtor de soja do país, houve uma queda de nove pontos percentuais nessa classificação.
Sousa explicou ainda que, a médio e longo prazo, os modelos climáticos estão prevendo a formação de um centro de alta pressão nos estados do Sul e nas áreas centrais do Corn Belt. “Se isso se concretizar, deverá incentivar os fundos a comprarem soja e milho, cobrindo parte das posições vendidas”, acrescentou.
Os mapas climáticos dos últimos 30 dias mostram volumes de chuva abaixo do normal em estados importantes como Ohio, Indiana, Illinois, grande parte de Iowa, Missouri, centro e oeste da Dakota do Sul, além dos estados do Delta, conforme alerta a Labhoro.
Além das condições climáticas, o mercado também está atento aos novos números dos embarques semanais norte-americanos, que serão divulgados hoje pelo USDA.
Fonte: portaldoagronegocio
