O primeiro semestre de 2024 registrou um crescimento significativo de 9,3% nas áreas tratadas com defensivos agrícolas em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando mais de 1 bilhão de hectares. Esta expansão, revelada por uma pesquisa encomendada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg) à Kynetec Brasil, reflete um aumento no uso desses produtos devido ao desenvolvimento positivo da safra de soja e às condições climáticas desafiadoras enfrentadas pelo país.
Entre janeiro e junho de 2024, o volume de defensivos utilizados para controle de pragas, doenças e plantas daninhas cresceu 8,3%. Este volume foi distribuído entre herbicidas (40%), inseticidas (28%), fungicidas (24%), tratamentos de sementes (1%) e outros produtos (9%).
A pesquisa da Kynetec para o Sindiveg utiliza a metodologia PAT (produto por área tratada), que avalia o volume efetivamente usado pelos produtores e o número de aplicações necessárias. A distribuição da área PAT é a seguinte: soja (31%), milho (31%), algodão (16%), pastagem (7%), cana-de-açúcar (4%), trigo (3%), hortifruti (1%), café (1%), citros (1%) e outros (1%). O valor total de mercado para esses defensivos alcançou US$ 8,8 bilhões, o que representa uma redução de 9% em relação ao primeiro semestre de 2023, quando o valor foi de US$ 9,6 bilhões. Esta queda é atribuída ao aumento dos custos de produção devido a perdas nas lavouras, especialmente de milho segunda safra, e ao impacto cambial, que saltou 3% na mesma comparação.
Regionalmente, o valor de mercado dos defensivos agrícolas no Brasil, no primeiro semestre de 2024, foi distribuído da seguinte forma: Mato Grosso e Roraima (33%), São Paulo e Minas Gerais (18%), BAMATOPIPA (14%), Paraná (10%), Mato Grosso do Sul (8%), Goiás e Distrito Federal (8%), Rio Grande do Sul e Santa Catarina (7%) e outros (2%). Em termos de área PAT, Mato Grosso e Roraima lideraram com 37%, seguidos por BAMATOPIPA (17%), São Paulo e Minas Gerais (12%), Paraná (9%), Goiás e Distrito Federal (8%), Mato Grosso do Sul (8%), Rio Grande do Sul e Santa Catarina (7%) e outros (2%).
A produção de soja, que se destacou entre os principais cultivos associados ao aumento da área tratada, enfrentou uma proliferação significativa de pragas, incluindo mosca branca (+157%), lagartas (+52%) e percevejos (+22%). Esse cenário desafiador exigiu dos produtores brasileiros o uso de uma variedade de defensivos agrícolas, como fungicidas protetores (+56%) e fungicidas premium (+35%).
Fonte: portaldoagronegocio