O feijão, alimento tradicional da culinária brasileira, continua ganhando espaço no mercado internacional. Até setembro de 2024, o Brasil exportou 217 mil toneladas do produto, segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE). No Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), as exportações de feijão registraram um impressionante aumento de 113%, com 176 mil toneladas embarcadas, representando cerca de 81% das exportações nacionais. O volume foi transportado em 7.208 TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés).
Carolina Merkle Brown, gerente comercial de armadores da TCP, destaca que, devido à perecibilidade do feijão, os produtores buscam maior agilidade e eficiência operacional. “Neste cenário, a TCP se destaca como a melhor opção, oferecendo escalas semanais para os quatro principais destinos compradores do feijão brasileiro”, afirma.
O feijão fradinho é a variedade mais exportada, respondendo por 38% das remessas, com destino principal à Índia. Guatemala, México e República Dominicana também figuram entre os maiores importadores do produto.
Paraná se consolida na rota de exportação de pulses
Além do feijão, o Paraná vem se destacando como um importante polo de exportação de pulses, um grupo de sementes secas de leguminosas utilizadas na alimentação. O mercado de pulses, como o gergelim, que precisa ser exportado em contêineres devido à necessidade de fumigação para evitar proliferação de fungos, tem experimentado um crescimento contínuo no volume exportado pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá.
Entre janeiro e setembro de 2024, a TCP registrou um aumento de 5% nas exportações de gergelim, com 6.387 TEUs (equivalentes a 88 mil toneladas). Os principais destinos desse produto são Índia, Turquia, Guatemala e Arábia Saudita.
A recente abertura do mercado chinês para o gergelim brasileiro, anunciada durante a visita do presidente Xi Jinping ao Brasil para a cúpula do G20, promete impactar positivamente o volume de exportações do produto. “O continente asiático é o principal destino e origem dos serviços marítimos que atendem à TCP, com oito das 25 escalas semanais disponíveis no terminal”, destaca Carolina. A alta frequência de escalas garante uma logística eficiente, essencial para atender à demanda crescente e aos prazos rigorosos exigidos pelos importadores asiáticos.
A China, maior comprador de gergelim do mundo, representou 36,2% do mercado global em 2023, com importações no valor de 1,53 bilhão de dólares. A abertura do mercado chinês é vista como uma oportunidade significativa para o aumento das exportações de gergelim brasileiro.
Giovanni Guidolim, gerente comercial da TCP, acrescenta que a empresa já estava se preparando para essa nova demanda, alinhando-se com os armazéns da retroárea de Paranaguá para otimizar o recebimento e embarque do gergelim.
As pulses que chegam ao Terminal de Contêineres de Paranaguá provêm principalmente das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, sendo transportadas por caminhões graneleiros até os armazéns de retroárea, onde são estufadas em contêineres para exportação.
Fonte: portaldoagronegocio