O governo argentino potencializará a bioeconomia por meio de um programa que oferecerá assistência técnica e financiamento às micro, pequenas e médias empresas, cooperativas e entidades de pesquisa pública e de articulação mista que potencializem o desenvolvimento de bioprodutos.
A iniciativa BiodesarrollarAr foi lançada durante um seminário em Buenos Aires, do qual participou o Secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca da Nação, Juan José Bahillo, juntamente com o Representante do Instituto Interamericano de cooperação para a Agricultura (IICA) na Argentina, Fernando Camargo. A bioeconomia pode ser definida como o aproveitamento dos recursos biológicos para a produção de bens e serviços, em harmonia com o ambiente, e se propõe como uma alternativa à economia baseada em combustíveis fósseis, sendo uma ferramenta chave para enfrentar a crise climática.
“Estamos dando um passo adiante na bioeconomia com políticas públicas concretas. Muitas vezes o Estado segue atrás da agenda privada, mas, com o Programa Biodesarrollar estamos promovendo novas formas de geração e aplicação de conhecimento visando fortalecer o desenvolvimento social, produtivo e ambiental das diversas comunidades em todo o território nacional”, disse Bahillo.
O Secretário de Agricultura argentino destacou o apoio do IICA e disse que, com o organismo especializado em desenvolvimento agrícola e rural das Américas “temos uma visão compartilhada do mundo que queremos e da maneira de produzir alimentos”.
Por sua vez, Fernando Camargo ressaltou que o desenvolvimento da bioeconomia é um tema central na agenda do IICA. “A Argentina é uma referência em bioeconomia na América Latina. Foi um dos primeiros países a desenvolver projetos de biotecnologia a partir da promoção privada. Hoje, existe apoio público, e essa articulação é o segredo do sucesso, como sempre dizemos no IICA”.
“Falar de bioeconomia é falar sobre enfrentar a emergência climática. Precisamos avançar e criar uma institucionalidade de qualidade para promover o desenvolvimento de bioinsumos, biofertilizantes, biogás, bioetanol e outros produtos da bioeconomia”, finalizou.
Durante o ato, o Subsecretário de Alimentos, Bioeconomia e Desenvolvimento Regional, Luis Contigiani, explicou que “este é um programa que se insere na estratégia da Secretaria para desenvolver a bioeconomia, visando aproximar as empresas e instituições que desejam desenvolver esse tipo de projetos”. E acrescentou que “é nossa responsabilidade gerar as condições para que isso aconteça, esquemas flexíveis dentro do Estado, algo que nos levará a dar um salto de qualidade muito importante”.
Rede latino-Americana de Bioeconomia
Hugo Chavarría, Gerente do Programa de Inovação e Bioeconomia do IICA, participou do seminário, oferecendo um panorama do estado da situação da bioeconomia na América Latina e no mundo. Também estiveram presentes: a Subsecretária de Fortalecimento Produtivo e Sustentável para Pequenos e Médios Produtores, Milagros Barbieri; o Chefe de Gabinete da Secretaria de Agricultura, Juan Manuel Fernández Arocena; a Diretora Nacional de Bioeconomia, Dalia Lewi; o titular do Fondagro, José Portillo; e referências do setor acadêmico, entre outros.
Na semana passada, o governo argentino e o IICA foram coorganizadores da 27ª Conferência Anual do Consórcio Internacional de Pesquisa em Bioeconomia Aplicada (ICABR), que reuniu em Buenos Aires os mais importantes pesquisadores e cientistas do mundo no tema, durante quatro jornadas de trabalho e discussão.
Uma das novidades deixadas pela conferência foi a criação da Rede Latino-Americana de Bioeconomia, por parte de 25 instituições públicas, privadas, acadêmicas e organismos de cooperação regional e internacional, durante um seminário de trabalho convocado pelo IICA. O organismo especializado em desenvolvimento agropecuário e rural das Américas exercerá a Secretaria Executiva e Técnica da Rede Latino-Americana, a pedido unânime de seus integrantes.
Espera-se que a Rede Latino-Americana de Bioeconomia se transforme em um espaço de discussão, intercâmbio e construção entre as principais referências em bioeconomia regional.
Fonte: portaldoagronegocio
