A próxima safra de soja (2024/2025) no Brasil, com uma área estimada em 47,7 milhões de hectares e uma produção projetada de 166,28 milhões de toneladas, apresenta-se como um desafio significativo devido às mudanças climáticas em curso, cujos efeitos adversos variam entre as diferentes regiões do país. A análise realizada por João Vitor Ganem e Décio Gazzoni, do Centro de Estudos e Pesquisas da Soja (CESB), ressalta a necessidade de os produtores se prepararem adequadamente para enfrentar essas adversidades.
Para alcançar altas produtividades na soja, é fundamental considerar uma combinação de fatores agronômicos, técnicos e ambientais. Entre os principais pontos destacados, estão:
- Seleção de Cultivares: É essencial seguir as recomendações do Zoneamento de Risco Climático (ZARC), optando por cultivares adaptadas ao clima e ao solo da região. As cultivares devem apresentar resistência a doenças e pragas, além de potencial para boa produtividade e vigor. O replantio, em condições adversas, implica custos adicionais e incertezas quanto a uma segunda chance.
- Densidade de Plantio: A densidade ideal pode variar, sendo crucial evitar tanto a superlotação quanto o espaçamento excessivo para maximizar a produção por unidade de área. Aspectos como ciclo, altitude e amplitude térmica devem ser considerados.
- Manejo do Solo: A adoção de práticas de plantio direto na palha melhora a aeração e a capacidade de retenção de água do solo, favorecendo o desenvolvimento das raízes. A correção do pH e a adubação adequada também são fundamentais.
- Correção do Solo e Adubação: A soja requer uma quantidade balanceada de nitrogênio, fósforo e potássio, além de micronutrientes. O uso de inoculantes e co-inoculantes possibilita a fixação biológica de nitrogênio, reduzindo custos e promovendo o aumento da produção de raízes.
- Manejo de Água: A soja necessita de um suprimento adequado de água, especialmente durante a floração e a formação dos grãos. O manejo eficiente da irrigação é essencial para evitar estresses hídricos, e o manejo do solo em cultivos sequeiros pode aumentar a disponibilidade de água.
- Controle de Pragas e Doenças: A vigilância e o controle de pragas e doenças são essenciais para proteger a cultura e garantir boa produtividade. Práticas integradas de manejo de pragas, juntamente com a escolha de cultivares resistentes, ajudam a preservar a capacidade fotossintética e a minimizar estresses térmicos.
- Controle de Plantas Daninhas: As plantas daninhas competem com a soja por recursos essenciais. O manejo eficiente, por meio de herbicidas e outras técnicas, é necessário para evitar perdas na produtividade, especialmente nas fases iniciais do cultivo.
- Rotação de Culturas: Alternar a soja com outras culturas melhora a saúde do solo e reduz a incidência de pragas e doenças. O uso de plantas melhoradoras contribui para um perfil de solo mais adequado, favorecendo a reciclagem de nutrientes.
- Colheita: Realizar a colheita no momento adequado é crucial. A manutenção adequada do maquinário e a observação das condições climáticas ajudam a minimizar perdas.
Integrar essas práticas e monitorar continuamente as condições da lavoura são estratégias eficazes para garantir altas produtividades na soja.
CAMPEÕES CESB – SAFRA 2023/2024
A última safra foi marcada por condições climáticas extremas em todo o Brasil. A boa estruturação do solo, aliada a técnicas corretas de manejo, foi crucial para garantir altos rendimentos e a sustentabilidade da sojicultura.
Os especialistas do CESB indicam que fatores manejáveis, como a qualidade do solo e das plantas, foram responsáveis por 50% da eficiência do ambiente de produção. Isso possibilitou que os campeões de produtividade enfrentassem as adversidades climáticas, criando condições menos restritivas para a expressão do potencial produtivo e reduzindo estresses hídricos e bióticos.
Os dados detalhados sobre as práticas dos campeões estão disponíveis no site do CESB e mostram as condições e estratégias que possibilitaram resultados significativamente acima das médias regionais e nacionais.
O CESB é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) composta por 20 especialistas e 21 organizações patrocinadoras que acreditam e contribuem para o avanço sustentável dos altos índices de produtividade de soja no Brasil, incluindo empresas como BASF, BAYER, SYNGENTA, entre outras. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (15) 3418-2021 ou pelo site www.cesbrasil.org.br.
Fonte: portaldoagronegocio