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Agronegócio

Análise do Rabobank sobre o cenário macroeconômico no Brasil: desafios e incertezas

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O mais recente relatório Brazil Weekly do Rabobank, elaborado pelos economistas Maurício Une e Renan Alves, traz o panorama semanal do cenário macroeconômico brasileiro sob o título “Sem sair totalmente do nevoeiro”. O estudo aborda a dinâmica da economia global e doméstica, destacando desafios e projeções.

Contexto externo: economia sólida e inflação controlada nos EUA

Nos Estados Unidos, a ata da última reunião do Federal Reserve indica cautela quanto a futuras reduções nas taxas de juros (Fed Funds). A economia americana continua robusta, com o crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2024 em 2,8%, levemente abaixo dos 3,0% registrados no trimestre anterior. Apesar disso, a inflação segue desacelerando. O núcleo do índice de preços PCE avançou 2,8% em outubro, acima dos 2,6% registrados em junho, o que reforça a necessidade de atenção nas decisões futuras do Fed.

Cenário doméstico: inflação elevada e corte de gastos

No Brasil, o governo anunciou cortes de gastos de aproximadamente R$ 50 bilhões para 2025-2026, valor inferior aos R$ 70 bilhões especulados anteriormente. Além disso, foi incluída a proposta de isenção do Imposto de Renda para rendimentos entre R$ 2.824 e R$ 5.000.

Por outro lado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) surpreendeu negativamente em novembro, registrando alta de 0,62% no mês, acima das projeções de mercado (0,50%) e do próprio Rabobank (0,47%). No acumulado anual, o índice está 180 pontos-base acima da meta de 3% e 30 pontos-base acima do limite superior da meta de inflação, fixado em 4,5%. Alimentação e transportes foram os principais responsáveis pela alta.

A expectativa para a inflação de 2024 foi revisada para 4,9%, contra 4,7% anteriormente, enquanto a previsão para 2025 passou de 4,2% para 4,3%, com viés de alta.

Política monetária: Selic pode subir mais do que o esperado

O Rabobank projeta uma alta de 75 pontos-base na taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em vez dos 50 pontos-base inicialmente estimados. Assim, a taxa básica de juros deve encerrar 2024 em 13%, também com viés de alta.

Expectativas para a semana

No cenário doméstico, os destaques econômicos incluem a divulgação do PIB do terceiro trimestre, prevista para terça-feira, além dos dados da produção industrial na quarta-feira. Outras publicações importantes incluem o resultado primário do Governo Central, o IGP-DI (sexta-feira) e a balança comercial (quinta-feira).

No contexto regional, a atenção recai sobre os índices de preços ao consumidor de Chile, Colômbia e Peru, além de dados sobre exportações e a conta corrente da Colômbia.

Fonte: portaldoagronegocio

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