O mercado de soja brasileiro iniciou o ano com uma significativa alta nos preços, acompanhando o comportamento dos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Com os novos patamares mais favoráveis, os produtores aproveitaram o pico dos preços para intensificar as negociações, o que resultou em uma melhora no ritmo da comercialização. No entanto, a desvalorização do dólar frente ao real durante o mês limitou uma recuperação mais robusta dos preços.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos iniciou janeiro cotada a R$ 120,00, e encerra o período a R$ 133,00. Em Cascavel (PR), o preço subiu de R$ 109,00 para R$ 121,00, enquanto em Rondonópolis (MT, o valor avançou de R$ 105,00 para R$ 113,00. No Porto de Paranaguá, o preço passou de R$ 118,00 para R$ 131,00.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos futuros com vencimento em março, que são os mais negociados, apresentaram uma valorização de 0,92% no período. Na manhã de sexta-feira, 31 de janeiro, o preço do bushel foi negociado a US$ 10,38 1/4. Durante o mês, a soja atingiu os níveis mais elevados desde outubro de 2024.
A recuperação nos preços de Chicago teve início após o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no início do mês, que indicou um cenário de oferta e demanda mais equilibrado no país. Esse cenário foi reforçado pelas dificuldades climáticas na América do Sul, que afetam o desenvolvimento das lavouras de soja na Argentina e em algumas regiões do Brasil.
Embora o mercado ainda apresente ampla oferta de soja, o clima seco no cinturão produtor argentino tem levado diversas entidades a revisar para baixo as estimativas de produção para a safra 2024/25. No Brasil, a estiagem tem afetado a produção no Rio Grande do Sul, enquanto o excesso de chuvas no Mato Grosso e em outras partes das regiões Centro-Oeste e Sudeste tem comprometido a colheita, que começou com atrasos.
Além disso, as ações mais moderadas do novo governo Trump em relação às tarifas comerciais têm ajudado a diminuir a preocupação com uma possível queda na demanda pela soja americana. Até o momento, o governo Trump não deu sinais de que repetirá a guerra comercial com a China, que marcou seu governo anterior.
No entanto, o desempenho da soja brasileira no mercado internacional em janeiro foi parcialmente prejudicado pela queda do dólar. A moeda americana perdeu 5,28% no mês, estabilizando-se na faixa de R$ 5,85. Embora abaixo dos R$ 6,30 registrados no final do ano anterior, esse patamar ainda garante competitividade para a soja brasileira no mercado externo.
Fonte: portaldoagronegocio