É neste ambiente que a Cooperativa Castrolanda realizará, entre os dias 8 e 12 de agosto, na Cidade do Leite, uma das maiores exposições do país, com o que existe de melhor na cadeia produtiva do leite: o Agroleite 2023.
Convite – Com o objetivo de convidar as cooperativas paranaenses para que participem deste importante evento do cooperativismo agropecuário, o presidente da Castrolanda, Willem Berend Bouwman, esteve na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, nesta terça-feira (11/07), quando foi recebido pelo superintendente, Robson Mafioletti. Segundo Willem, a expectativa neste ano é reunir aproximadamente 140 mil visitantes, superando o número de 2022. “Esta é a maior feira com foco no leite na América do Sul, que reúne mais de 260 expositores ligados à genética, sanidade animal, medicamentos, nutrição, máquinas e equipamentos, enfim, todos os elos da cadeia do leite. Além de centenas de animais para exposição e julgamento”, destacou.
Números – Após dois anos sem a realização da feira, devido à pandemia da Covid-19, em 2022, o evento contou com 120 mil pessoas que foram até a Cidade do Leite, localizada na Colônia Castrolanda, em Castro, numa área de 200 mil metros quadrados, e que contou com exposição de 500 animais das raças Holandesa e Jersey e R$ 149 milhões em negócios. “Neste ano, esperamos receber entre 130 e 140 mil visitantes durante os cinco dias de evento. É uma feira extremamente técnica, focada no leite, onde os produtores poderão ter acesso ao que existe de mais moderno em termos de tecnologia para o setor”, frisou Willem. O dirigente antecipou que o ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, já confirmou presença no evento.
Conjuntura – O presidente da Castrolanda também disse que o setor lácteo não vive um bom momento por causa dos preços baixos. “Estamos vivendo um momento delicado da cadeia do leite, com muita importação de leite em pó dos países que integram o Mercosul e isso está depreciando a produção nacional, fazendo com que o preço pago ao produtor pelo litro de leite caia. Isso nos preocupa porque nossos cooperados não param de investir em tecnologia e na melhoria da qualidade e acabam não recebendo por isso. Mas, graças ao modelo cooperativo, o nosso preço é um pouco diferenciado, o que tem mantido muitos produtores ainda na atividade”, destacou.
Castrolanda – Willem comentou que 2023 está sendo um ano desafiador para a cooperativa devido à queda também nos preços das comodities de grãos no mercado internacional. “Além do preço do leite, estamos enfrentando um período de queda nos preços dos principais grãos. Considero que este primeiro semestre foi mais difícil para os produtores do que nós imaginávamos. Enquanto cooperativa, observamos como um momento de acomodação do setor devido à manutenção dos custos de produção em alta e os preços do produto em queda e isso reflete na própria gestão do negócio, seja dentro ou fora da porteira”, disse.
Plano Safra – A respeito do Plano Safra 2023/2024, recentemente anunciado pelo governo e que disponibilizou um total de R$ 435,82 bilhões, Willem afirmou que o volume de recursos está dentro da expectativa do setor, mas o que mais preocupa ainda é a questão dos juros. “Os juros são algo que pega muito forte tanto para o produtor como para as cooperativas. Por outro lado, estamos também num momento em que o produtor tem que se acostumar a buscar recursos no banco para poder conduzir a sua atividade agropecuária. Mas, de uma maneira geral, entendo que as medidas estão dentro do que esperávamos e precisamos destacar o importante trabalho realizado pelas entidades do setor, entre elas a Ocepar, em conjunto com a OCB, durante as negociações com o governo federal.”
Ato Cooperativo – Willem destacou ainda a votação da reforma tributária em dois turnos pela Câmara dos Deputados, que contemplou um grande avanço para o cooperativismo, que é o reconhecimento do Ato Cooperativo. “Importante também enaltecermos o trabalho que foi realizado pela Ocepar e OCB junto com a bancada de deputados paranaenses que integram a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) para que o Ato Cooperativo fosse inserido na reforma. Esta insegurança com relação ao tema tem deixado o setor muito preocupado com o futuro do nosso negócio e, agora, podemos dizer que estamos um pouco mais tranquilos e precisamos aguardar a análise aprovação também pelo Senado, nos próximos meses. A sociedade, de uma forma geral, entende que o modelo cooperativista é um promotor de desenvolvimento local, com melhor distribuição de renda e geração de empregos e que precisa ser assim reconhecido”, finalizou o dirigente.
Fonte: portaldoagronegocio