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Agronegócio

Açúcar: Preços em queda devido às expectativas de melhor oferta global

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Os preços do açúcar em Nova York perderam força ao longo de abril e na primeira quinzena de maio, refletindo a percepção de uma melhora na oferta global devido ao aumento da colheita no Brasil e na Índia. A safra brasileira 2023/24 registrou uma produção recorde, mas a próxima safra deve enfrentar quedas devido às condições climáticas adversas no final do ano passado.

Em abril, o preço médio do açúcar em Nova York na tela de maio de 2024 fechou em 20,61 centavos de dólar por libra-peso, uma redução de 5,3% em comparação com o mês anterior. Essa queda é atribuída a uma combinação de fatores: a redução sazonal dos preços com o início da colheita brasileira, as últimas semanas do contrato de maio, que tendem a perder sustentação devido à liquidação das posições, e uma redução abaixo do esperado na colheita asiática, especialmente na Índia. Na primeira quinzena de maio, o primeiro vencimento, agora julho de 2024, continuou a enfraquecer, fechando em 18,87 centavos de dólar por libra-peso, 1,8% inferior ao início do mês.

Perspectivas para a Safra Brasileira 2024/25

No Brasil, com o encerramento da safra 2023/24, o mercado volta suas atenções para as projeções da safra 2024/25. O relatório da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) indicou uma moagem total de 654,4 milhões de toneladas, um aumento de 19,3% em relação à safra anterior. A produção de açúcar alcançou um recorde de 42,4 milhões de toneladas, crescimento de 25,7%. A produção de etanol totalizou 33,6 bilhões de litros, um aumento de 16,2%.

Para a nova temporada iniciada em 1º de abril, a Conab divulgou seu primeiro levantamento para a safra 2024/25, prevendo uma moagem de 625,4 milhões de toneladas na região Centro-Sul, uma queda de 4,2%. No entanto, a produção de açúcar deve aumentar 1,3%, estimada em 43 milhões de toneladas.

Cenário Global e Impacto do La Niña

Globalmente, a safra 2024/25 pode apresentar resquícios da safra anterior, mas a produtividade tende a diminuir ao longo da colheita. Há uma percepção positiva quanto à recuperação da oferta de açúcar devido ao fenômeno La Niña, que deve trazer condições climáticas favoráveis para as lavouras no sudeste asiático, particularmente na Índia e na Tailândia. Caso as previsões climáticas se confirmem, esses países poderão aumentar a área plantada com cana, potencialmente reduzindo o déficit global de açúcar ou equilibrando o mercado.

Considerações Finais

Apesar das expectativas de uma oferta mais confortável no futuro, o mercado ainda lida com a necessidade de reposição de estoques, após cinco anos consecutivos de déficit. A Índia, retornando ao programa de etanol, pode diminuir a oferta de açúcar, evitando pressões negativas adicionais sobre os preços.

Essa perspectiva otimista levou os fundos especulativos a liquidarem fortemente suas posições compradas, reduzindo de 89 mil contratos no início de abril para 9,8 mil vendidos em 7 de maio. No Brasil, a cana bisada passou a ser contabilizada para a safra 2024/25, com boas produtividades registradas na primeira quinzena de abril, mas áreas afetadas por baixas precipitações no ano passado podem ver uma mudança nesse cenário conforme a colheita avança.

Fonte: portaldoagronegocio

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